ELOS

Como um giro misterioso de encontro aos céus, há momentos em que lembramos com bem mais profundidade dos laços de união com nossos entes queridos e formamos assim, na quietude serena e tranquila dos sentimentos, um relicário de lembranças pérpétuas.

Não somos eternos na vivência terrena que se constitui de atos edificantes da mais cálida ternura e também de artifícios do mal, tudo, tudo resultante do modo pelo qual cada um de nós vê e enfrenta os ocasos da vida.

Analisando sobre esse prisma, devemos sempre trazer nos recônditos da alma, eternamente, as experiências vivenciadas com todas as pessoas que nos foram caras, e para as quais reservamos um lugar especial em nossos corações esmaecidos pelas dores decorrentes de suas perdas, mas é da mais fundamental importância, reconstruir com as cinzas pretéritas das perdas doídas, edificações renovadas de esperanças e dinamismo para a continuidade dos nossos projetos de vida futura. Da mesma forma, na brevidade da vida, não podemos desistir de lutar pela conquista de algo ou de alguém, quando o melhor da nossa força e dedicação fôra empregada a essa tão desejada conquista.

As perdas são, sem dúvida, dolorosas, mas, depuram a alma, servem para experiências futuras e, sobretudo, não desfaz os laços amoráveis de união perpétua.

De um modo geral, todas as pessoas que nos são queridas e fazem parte do nosso convívio, sejam ou não parentes, demonstram vez por outra, os seus desejos de nos ver felizes, de ver realizados os nossos projetos de vida.

Essas pessoas queridas que nos incentivam e enlevam os nossos sentimentos, evidentemente também se entristecem quando estamos tristes, quando somos afetados pelas inevitáveis adversidades.

Assim sendo, quando essas pessoas cumprem definitivamente a sua missão terrena e partem para o eterno, a maior prova de gratidão, amor e solidariedade que podemos ofertar em memória póstuma, é procurarmos concretizar os nossos projetos e desejados sonhos, seguindo os bons exemplos que nos foram deixados e fazendo principalmente com que a nossa vida seja consumida somente por algo que possa perpetuar-se no tempo, que podem ser obras literárias, artísticas, descobertas científicas, etc., ou exemplos de vida que dignifique a nossa condição de animais racionais. Estes sim se tornam no maior uso que podemos fazer de nossas vidas.

As obras eternas, além de trazer regozijo a nós mesmos e a quem nos ama, solidifica e imortaliza os sublimes elos de afetividade e exemplos, cujas obras que nos foram deixadas e somente estas, conduzem o mundo para os legados da solidariedade do progresso e da paz desejada.

Antenor Rosalino
Enviado por Antenor Rosalino em 18/08/2012
Reeditado em 06/04/2013
Código do texto: T3836207
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