Nunca despreze uma moedinha!

Havia uma socialite americana muito esnobe e orgulhosa, a qual tinha sido pobre pelos primeiros 22 anos de sua vida. Durante este tempo, ela teve que juntar os seus trocados e moedas para poder comprar o que queria e por isso tinha grande aversão a dinheiro miúdo. Dizia ela: "um dia não precisarei destas mendigarias!".

Muito bonita, casou-se com um empresário muito rico para qual trabalhava como secretária. Este sustentava todos os seus caprichos com cartões de crédito sem limite e todos os dias lhe dava uma grande quantia de dinheiro vivo "para alguma emergência qualquer".

Em um feriado, a jovem rica quis deixar sua vida social agitada na capital para visitar o interior do estado onde sua mãe morava na sua pequena fazenda, da qual nunca quis sair apesar da fortuna da filha. Seu marido decidiu que ela mesma dirigiria para que o motorista pudesse passar o feriado com a família dele, coisa que não lhe agradou muito porque gostava de causar inveja às antigas inimizades toda vez que ia ver sua mãe.

Lá foi a afortunada com seu carrão dirigir numa estrada meio inóspita para o campo. Sentiu fome e parou em um café de beira de estrada para comer uma daquelas porcarias que há muito não consumia. Na hora de receber o troco, 20 dólares e 25 cents, se atrapalhou e deixou cair a moeda no chão.

Olhou para aquele pedacinho de metal e pensou "Não vou me abaixar para pegar esta coisa! Não preciso desta moeda, e nunca vou precisar". Simplesmente deu de ombros, guardou a nota e deixou o estabelecimento sem nenhuma cerimônia dizendo "Fica para você pagar seu ônibus!".

Seguiu viagem faltando 3 horas para o sol se pôr. Tudo estava calmo e faltava só uma hora para chegar ao destino. Mas de repente o carro foi diminuindo de velocidade e parou no meio da estrada. Uma pane elétrica tão comum nos modernos motores de hoje em dia!

Não se desesperou, podia ligar para o seguro que atendia todo o estado rapidamente. Mas logo se deu conta que aquela área tão esquecida por Deus não pegava o sinal de nenhum dos seus dois celulares. Desceu do carro meio em pânico e foi andando à procura de de algum caipira que pudesse ajudá-la.

Depois de dez minutos, só achou um posto de gasolina recém-falido completamente vazio, mas que tinha um orelhão em funcionamento. Pronto! Ela só precisava pegar uma moeda de 25 cents para poder usar o telefone público para ligar para o seguro.

Ooops! Quem disse que ela achou uma moeda sequer? O único trocado que recebeu aquele dia foi o do café de beira de estrada e mesmo assim se recusou a pegá-lo quando este caiu no chão por puro orgulho. ficou tão nervosa que nem se lembrou que podia fazer uma ligação a cobrar para seu marido, o qual contactaria o seguro na hora.

Voltou berrando e amaldiçoando os céus até seu carro, onde ficou sentada chorando por meia hora sem que viva alma parasse para socorrê-la. Até o momento que dois caipiras numa carroça puxada por uma pangaré muito feio passou e a indagaram sobre o ocorrido. Após a explicação, disseram que não possuíam trocado, mas que estavam indo ao centro do distrito da mãe da socialite e que um deles podia levá-la na carroça enquanto o outro ficava de olho no carro até o seguro chegar em troca de 100 dólares.

Sem muita escolha, a moça aceitou. Chegou no centro onde viveu seus dias de pobreza naquele rudimentar meio de transporte e todos apontavam e cochichavam "não é filha dos Benders? Aquela que acabou casando com um ricaço na capital! O que ela está fazendo numa carroça toda descabelada e suja?".

Percebendo a atenção que atraía, ocorreu a sua cabeça que nunca passara por tanta humilhação, nem quando tinha menos condições. E refletiu como desprezou aquela simples moedinha que tê-la-ia salvo daquele contra-tempo e como se não fosse por aqueles caipiras ela ainda estaria lá abandonada.

Por isso que eu digo, caros leitores, não há pessoa tão rica no mundo que um dia não vá precisar de uma moeda. No mesmo raciocínio, não há pessoa tão importante que não venha precisar da ajuda do simples.