Olimpíada, o nome do jogo.
Olimpíada me remete aos tempos de criança, quando a molecada se reunia para jogar futebol, finca, taco, peão, bolinha de gude, soltar pipas, fazer represas, brincar de garrafão, pega-pega... e vai por aí afora.
Nessas ocasiões sempre apareciam meninos de outros bairros, de outros lugares para participar. Virava competição! Assim a gente crescia, fazia amigos e todas as nossas habilidades melhoravam. Às vezes até saia alguma briguinha, mas nada sério. A única regra era competir e brincar.
E esse tempo era tão bonito e maravilhoso, que à espera desses dias, eu perdia a fome e o sono...
Depois crescemos, viramos homens preparados e conscientes, mas perdemos, ao longo do tempo, esse lado lírico de competir. O objetivo muda: ganhar é a palavra de ordem. Ganhar de qualquer maneira. Ganhar ou ganhar e ponto final! Ora, é lógico que ganhar é fundamental, mas ganhar por merecimento. Nesse caso, a vitória é um bálsamo eterno que suaviza todas as dores e feridas...
Ganhar de qualquer jeito é banalizar a própria vitória; é abraçar o caminho, sem volta, que leva à solidão.
Quando chegam as olimpíadas eu fico tomado por uma ansiedade sem conta e antes e durante as competições, me vejo, verdadeiramente, como uma criança.
Hoje, daqui a pouco, vai ter início a festa de abertura das olimpíadas.
Ontem eu perdi a fome e o sono.