A cassação de Demóstenes
No dia 11 do corrente mês, o Senado cassou o mandato do senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO, e atualmente sem partido) por falta de decoro parlamentar. Dos 81 senadores, 56 votaram a favor, 19 votaram contra, houve 05 abstenções e 01 ausência. Sendo que seriam necessários a metade mais 1 para a sua cassação , ou seja, 41 votos.
O processo de cassação durou quase 03 meses. Demóstenes foi acusado de usar o cargo para beneficiar Carlos Augusto Ramos, preso pela Polícia Federal por explorar jogos ilegais em Goiás.
O esquema de exploração de máquinas caças níqueis comandado por Carlinhos Cachoeira descoberto pela PF ganhou repercussão na mídia, por envolvimento de políticos, policiais e empresários.
Demóstenes ainda ficará inelegível por 08 anos após o fim da legislatura que foi eleito. Desta maneira só poderá se candidatar a um cargo político em 2027. Com a cassação, Demóstenes perde o direito de foro privilegiado, e deve ser julgado pelo Tribunal de Justiça de Goiás.
Foi uma cassação histórica. Demóstenes foi o segundo Senador a ter o mandato cassado. O primeiro foi Luiz Estevão em 2002. Outros senadores renunciaram, ou tiveram os processos de cassação arquivados. O ex-senador Demóstenes pode recorrer ao Supremo Tribunal Federal para ter o seu mandato de volta; mas será difícil reverter a decisão.
Não há impedimento de alguém em ser amigo de alguém. O problema é que muitos políticos têm usado certas amizades para se enriquecerem ilicitamente. O brasileiro precisa aprender a votar!
Demóstenes deve voltar a assumir o cargo de Procurador de Justiça do Estado de Goiás. Quanto a sua carreira política há uma incógnita. Só as urnas podem dizer sim ou não! O ex-presidente Fernando Collor viveu uma situação parecida, e voltou ao cenário político.