O caso Elóa Pimentel
Em 13 de outubro de 2008, um apartamento no conjunto habitacional na periferia de Santo André, cidade do ABC paulista, na Grande São Paulo, foi palco de um crime passional que parou o país por cerca de 100 horas. Lindemberg que na época estava com 22 anos invadira o apartamento e armado de revóver calibre 32 fez refém sua ex-namorada Elóa Pimentel, Nayara Rodrigues, Yago e Vitor, que estavam reunidos para fazerem um trabalho escolar.
Yago e Vitor foram liberados no primeiro dia. Nayara foi libertada no segundo dia, mas voltou ao cárcere. Depois de muita negociação sem resultado, policiais militares do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) resolvem invadir o cativeiro. Os policiais militares disseram que invadiram o local após ouvir um tiro de arma de fogo. Elóa fora atingida com um tiro na cabeça e outro na virilha e teve morte instantânea e Nayara foi atingida com um tiro no nariz, e sobreviveu. Lindemberg foi preso em flagrante, sem ferimentos.
Depois de mais de três anos Lindemberg veio a julgamento. O julgamento popular no Fórum de Santo André ocorrera entre os dias 13 e 16 de fevereiro deste ano. A juíza Milena Dias sentenciou Lindemberg a uma pena de 98 anos e dez meses, referente a um homicídio doloso duplamente qualificado contra Elóa e mais 11 crimes, ou seja, duas tentativas de homicídios, uma contra Nayara e outra contra o sargento Atos Valeriano, cinco cárceres privados e 04 disparos de arma de fogo.
Lindemberg irá cumprir a prisão em regime fechado e não poderá recorrer em liberdade; e ainda foi decretada uma multa de 1.320 dias/multa. Conforme o Código Penal, por ser um crime hediondo Lindemberg terá de cumprir um quinto da pena de 98 anos para ter o direito de progressão de regime fechado para o semiaberto, o que significa que terá de cumprir 30 anos e meio. Mas a pena máxima no Brasil é de 30 anos, e como já cumpriu 03 anos, deve cumprir mais 27 anos e sair da cadeia com 52 anos. Portanto perdeu a maior parte de sua vida. A não ser que venha fugir da cadeia.
Foi um crime por motivo torpe, agravante, contra uma jovem de 15 anos, estudante, e que tinha toda uma vida pela frente. Lindemberg não tinha o direito de ceifar a vida de Eloá simplesmente por ela lhe negar um relacionamento afetivo. Lindemberg marcou a família de Elóa com uma tragédia que nunca será esquecida. Foi uma condenação justa, que serviu de exemplo para outros potenciais criminosos passionais, e que satisfez os parentes das vítimas e de toda a sociedade que pediam justiça.