Pela mulher
(publicada no jornal "O Popular", seção Cartas dos Leitores, Goiânia 19-04-1991)
Vivemos no país no desrespeito aos direitos humanos. Assim como ontem, hoje se discriminar os negros, os índios, os trabalhadores e as mulheres. É sobre estas últimas esse modesto comentário. São nossas caras-metades; precisam ser valorizadas no contexto social. É certo, têm inteligência e competência para mostrar. Não devemos ser machistas!
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º, inciso I, dá às mulheres direitos e garantias iguais aos homens. Na prática são submissas e as mais prejudicadas da crise econômica que assola o país. Sem saída, muitas acabam na prostituição. Em recente relatório, a Organização Mundial de Saúde confere ao Brasil o título de campeão em abortos. O nosso Código Penal só o permite em duas situações: quando a gravidez é resultante de estupro ou guando a gestação põe em risco a vida da mãe.
Somos uma nação em desenvolvimento, em que há desigualdade social, como não poderia deixar de ser, nossos códigos são defasados, precisam ser atualizados. Vejo na legalização plena do aborto uma maneira de acabar com o aborto clandestino, que tem posto em risco a saúde na mulher. Além de evitar a proliferação das clínicas clandestinas – onde há exploração - e nascimentos de crianças excepcionais de mães viciadas em drogas.
É preciso, senhores governantes, investir na mulher, desde a educação sexual até a formação profissional e intelectual, como fornecer empregos, por uma sociedade justa. A criação de delegacias de polícia de defesa da mulher é um investimento, uma forma de proteger seus direitos e conquistas, na sua luta contra a discriminação e o machismo.