A luta de um escritor
Viver da arte de escrever livros aqui em Goiás não é uma tarefa fácil; porque é uma profissão sem reconhecimento. O escritor além de ter que arcar com os custos da publicação, tem que fazer a distribuição; porque não existem distribuidoras de livros. Algumas livrarias não trabalham com livros de autores goianos, principalmente em se tratando do gênero poesia.
O escritor goiano precisa aprender a se virar. Ou seja, tem que vender seus livros de porta em porta, ou para parentes e amigos. As universidades assim como as escolas dificilmente adotam livros de autores goianos. Outra opção é vender alguns livros em lançamentos.
Escritores de outros estados fora do eixo Rio e São Paulo passam pelo mesmo problema, ou seja, a falta de incentivos para publicarem e venderem os seus livros. Escritores internacionais são, ainda, mais valorizados, às vezes, com trabalhos medíocres.
Em 1995 com recursos próprios publiquei o meu primeiro livro de poemas sacros com o título “Caminho de Luz”, pela editora Kelps. Estava empolgado em vender os 1000 exemplares. Vendi-os para parentes e amigos. Visitei igrejas e escolas, sem sucesso. Hoje em dia só publico 200 exemplares de cada edição.
Diante da dificuldade de retorno financeiro, publicar um livro é muito desgastante, é preciso ter dinheiro sobrando. A lei de incentivo à cultura não funciona, porque as empresas não têm o interesse do desconto de 12% por cento do imposto de renda do ano seguinte.
Mas quem anseia ser escritor não pode desistir, precisa correr atrás e até investir do próprio bolso, porque a recompensa está no ego. Todo escritor tem o seu valor, que é o de expor os seus sentimentos em forma de prosa ou poesia. Existe o aperfeiçoamento que só vem com o tempo e muito trabalho; mas cada indivíduo é insubstituível.
A Secretaria Municipal de Cultura de Goiânia - Secult - ,a Editora da PUC -Goiás e a Editora Kelps estão de parabéns por promoverem a 5ª edição da Coleção Goiânia em Prosa e Verso. Este projeto visa publicar e divulgar livros de autores goianos radicados em Goiânia. Estou participando do projeto pela primeira vez com o livro de poemas amorosos intitulado “Fogo e Paixão”.
Este projeto é um exemplo que poderia se estender a outras cidades do estado e até de outros estados, porque além de incentivar novos escritores, os leitores também serão beneficiados com livros mais baratos. Investir em cultura nunca é demais; porque a cultura é educação e o contrário de violência e criminalidade. E uma pessoa culta tem muito o que ensinar, com certeza.