Carta ao professor
(publicada no jornal "O Popular", seção Cartas dos Leitores, Goiânia, Goiás, 22-01-1991)
Já passei por muitas como estudante, sem ficar de recuperação em sequer uma matéria, e chegando ao fim de uma reta, no último período do Curso de Direito (Escola Superior de Ciências Humanas – Esuch), abalroei em sua disciplina, Medicina Legal, Professor, Dr. Vicente Guerra; mas não fui o único. Afinal de contas não sou nenhum asno: ou sou!? A Esuch com receio daquele escândalo nacional, que envolveram-na em transferências falsas, resolve não dar o Curso de Verão. Disse o Diretor: - É uma das muitas medidas que tomarei para o reconhecimento da Faculdade, a critério do MEC.
Mas se outras faculdades dão o Curso... Porque, pelo menos, é permitido!
Um transtorno que vai prejudicar vários alunos, porque devido a contratempos, a formatura vai atrasar em pelo menos um ano. E o pior, além da perda de tempo, é pagar e fazer só uma matéria, numa época que dinheiro não está fácil. Fazer o que?! És o maior culpado desse episódio, Professor. É visto entre nós, alunos, como um terror, com uma metodologia antiquada e retrógrada.
A realidade é outra, Professor. Acabou aquele tempo em que se enchia o quadro-negro e se fazia decorar. Hoje o aluno sabe o que é melhor para si, ou melhor, sabe o que quer, ainda mais em se tratando de Curso Superior. O correto é o docente despertar no discente a “criatividade” e “imaginação”, o que deve ser imposto, inclui, nas escolas básicas. Já não há mais tempo para decorar. Imagine-se decorando um Código de Direito; levaria toda uma vida, sem êxito.
O que marcou na minha reprovação e de mais alunos foi o seu método injusto de aplicar as provas, que com medo da colação, deu vários tipos, sendo umas fáceis outras difíceis – um verdadeiro jogo de azar; que deveria ser proibido. Em nome dos alunos termino com uma máxima; “A Faculdade não faz o Aluno: o Aluno faz a Faculdade”.