Padmini - a mulher perfeita
Em seus antigos ensinamentos sobre sexualidade denominados Kama Sutra, os quais nós ocidentais acabamos por vulgarizar, os indianos classificam as mulheres e os homens em quatro tipos, de acordo com atributos físicos e morais e eles se compatibilizam entre si de acordo com sua natureza. Ou seja, tem tampa para todo tipo de panela. Apesar disso, nesse contexto um personagem se destaca: Padmini ou “mulher de Lótus”, que é o conceito de mulher perfeita.
Li muita coisa buscando a definição de mulher perfeita, desde livros sagrados até manuais de etiqueta, passando por pensadores como Luis de Leon com seu “A perfeita mulher casada”. A maior parte do que encontrei foram rótulos e estereótipos resultantes de normas morais e sociais. No entanto, encontrei em duas fontes distintas as mais belas formas de exaltação do feminino.
A primeira delas no Kama Sutra (KS), na descrição da Padmini ou “mulher de lótus”, de cada parte de seu corpo, hábitos, conduta e tudo que gravita ao seu redor.
A segunda em cânticos (cân), os quais são atribuídos ao rei Salomão e onde as qualidades da mulher amada tornam-se um objeto poético fecundo. Nos dois casos existem semelhanças desconcertantes entre os textos, os quais têm origem em culturas bem diferentes.
Seguem dois exemplos:
1-“Ela é tão bonita quanto a flor de lótus; ela é o Rati (prazer, desejo) encarnado.”(KS);
2-“Como açucena entre espinhos é a minha amada entre as donzelas.”(cân 2,2).
As duas afirmações falam de uma mesma qualidade feminina. A flor do lótus é bela e delicada, apesar disso floresce sobre o lodo e é por este motivo que na índia, é símbolo de transmutação. Não menos delicada é a açucena, aqui retratada entre espinhos.
Ambos os exemplos exaltam uma mulher que tem como característica principal a capacidade de manter a doçura e a delicadeza, não obstante as asperezas e dificuldades da vida. Falamos aqui, não de alguém que simplesmente suporta as dificuldades, mas de uma mulher que as assimila e que as converte a nível pessoal em elemento de crescimento interior, resultando ao fim do processo numa pessoa mais sábia e mais forte.
Existem outros atributos destacados em ambos os textos que poderiam ser aqui comparados, mas tornariam este texto muito longo. O que fica claro é que a mulher, segundo o conceito indiano e, acredito eu, num consenso geral mesmo que não explicitado, dá passos atrás quanto mais seus ímpetos carnais sobrepujam seus sentimentos elevados.
Os homens ainda se encantam com a mulher que tem bom caráter e predisposição à pratica de boas ações e que não demonstra claramente suas intenções sexuais, guardando seus segredos íntimos para o homem com quem ela realmente esteja disposta a se envolver de corpo e alma. Principalmente alma, como está explícito em cânticos: “Grave-me, como selo em seu coração, como selo em seu braço, pois o amor é forte, é como a morte! Cruel como o abismo é a paixão.”(cãn 8,6)
Acho que as mulheres deveriam perceber de uma vez por todas que os homens desenvolvem facilmente paixões intensas e passageiras por mulheres que demonstram disponibilidade, mas que mulheres realmente inesquecíveis são aquelas que conseguem despertar a admiração. E a mulher que desperta admiração num homem, em hipótese alguma é a mulher submissa. A liberdade e a autenticidade são elementos fundamentais para uma mulher exteriorizar todo o seu esplendor.
Tempos modernos, liberalidade sexual, igualdade de direitos não devem justificar a vulgarização do feminino. A mulher não precisa ser concorrente do homem para provar seu valor como indivíduo, a mulher não precisa esconder sua natureza por debaixo de condicionamentos sociais contemporâneos e principalmente não precisa agarrar a vida e os homens a unha. Fortaleza não é sinônimo de selvageria e em muitos aspectos, parece que é isso que as relações entre homens e mulheres têm se tornado.
Não se esqueçam: “Qual é a visão mais bonita que o olho pode ver? A face de uma mulher apaixonada.”(KS)
Em seus antigos ensinamentos sobre sexualidade denominados Kama Sutra, os quais nós ocidentais acabamos por vulgarizar, os indianos classificam as mulheres e os homens em quatro tipos, de acordo com atributos físicos e morais e eles se compatibilizam entre si de acordo com sua natureza. Ou seja, tem tampa para todo tipo de panela. Apesar disso, nesse contexto um personagem se destaca: Padmini ou “mulher de Lótus”, que é o conceito de mulher perfeita.
Li muita coisa buscando a definição de mulher perfeita, desde livros sagrados até manuais de etiqueta, passando por pensadores como Luis de Leon com seu “A perfeita mulher casada”. A maior parte do que encontrei foram rótulos e estereótipos resultantes de normas morais e sociais. No entanto, encontrei em duas fontes distintas as mais belas formas de exaltação do feminino.
A primeira delas no Kama Sutra (KS), na descrição da Padmini ou “mulher de lótus”, de cada parte de seu corpo, hábitos, conduta e tudo que gravita ao seu redor.
A segunda em cânticos (cân), os quais são atribuídos ao rei Salomão e onde as qualidades da mulher amada tornam-se um objeto poético fecundo. Nos dois casos existem semelhanças desconcertantes entre os textos, os quais têm origem em culturas bem diferentes.
Seguem dois exemplos:
1-“Ela é tão bonita quanto a flor de lótus; ela é o Rati (prazer, desejo) encarnado.”(KS);
2-“Como açucena entre espinhos é a minha amada entre as donzelas.”(cân 2,2).
As duas afirmações falam de uma mesma qualidade feminina. A flor do lótus é bela e delicada, apesar disso floresce sobre o lodo e é por este motivo que na índia, é símbolo de transmutação. Não menos delicada é a açucena, aqui retratada entre espinhos.
Ambos os exemplos exaltam uma mulher que tem como característica principal a capacidade de manter a doçura e a delicadeza, não obstante as asperezas e dificuldades da vida. Falamos aqui, não de alguém que simplesmente suporta as dificuldades, mas de uma mulher que as assimila e que as converte a nível pessoal em elemento de crescimento interior, resultando ao fim do processo numa pessoa mais sábia e mais forte.
Existem outros atributos destacados em ambos os textos que poderiam ser aqui comparados, mas tornariam este texto muito longo. O que fica claro é que a mulher, segundo o conceito indiano e, acredito eu, num consenso geral mesmo que não explicitado, dá passos atrás quanto mais seus ímpetos carnais sobrepujam seus sentimentos elevados.
Os homens ainda se encantam com a mulher que tem bom caráter e predisposição à pratica de boas ações e que não demonstra claramente suas intenções sexuais, guardando seus segredos íntimos para o homem com quem ela realmente esteja disposta a se envolver de corpo e alma. Principalmente alma, como está explícito em cânticos: “Grave-me, como selo em seu coração, como selo em seu braço, pois o amor é forte, é como a morte! Cruel como o abismo é a paixão.”(cãn 8,6)
Acho que as mulheres deveriam perceber de uma vez por todas que os homens desenvolvem facilmente paixões intensas e passageiras por mulheres que demonstram disponibilidade, mas que mulheres realmente inesquecíveis são aquelas que conseguem despertar a admiração. E a mulher que desperta admiração num homem, em hipótese alguma é a mulher submissa. A liberdade e a autenticidade são elementos fundamentais para uma mulher exteriorizar todo o seu esplendor.
Tempos modernos, liberalidade sexual, igualdade de direitos não devem justificar a vulgarização do feminino. A mulher não precisa ser concorrente do homem para provar seu valor como indivíduo, a mulher não precisa esconder sua natureza por debaixo de condicionamentos sociais contemporâneos e principalmente não precisa agarrar a vida e os homens a unha. Fortaleza não é sinônimo de selvageria e em muitos aspectos, parece que é isso que as relações entre homens e mulheres têm se tornado.
Não se esqueçam: “Qual é a visão mais bonita que o olho pode ver? A face de uma mulher apaixonada.”(KS)