Enterrando Dezembros,plantando Janeiros,para colhermos flores na Primavera

As nossas vidas são como livros de histórias reais.
Os capítulos são os anos...
Os parágrafos são os meses...
As frases são as semanas...
As palavras são os dias que vamos escrevendo linha a linha.
E as letras que formam as palavras, são como nossas atitudes. Que vão dando sentido a essa longa e emocionante história.
Assim, desde quando abrimos a primeira página desse importante livro de nossas vidas e começamos a escrever a nossa história, estamos contribuindo para o enriquecimento de um grande e infinito acervo cultural, moral e espiritual.
Daí o tamanho de nossa responsabilidade e comprometimento!
Somos escritores terrestres e celestes!
Por isso, a cada ano, para que renasçam em nós novas idéias, novas propostas de renovação e reais vontades de construirmos um novo ser, enterramos Dezembros.
Entre mágoas, ressentimentos, ódios e rancores, que enterramos, devemos arrancar as ervas daninhas que atrapalham a plantação. Os medos, os traumas, as decepções, nossos erros, nossas atitudes impensadas... Enfim... Temos que nos perdoar por tudo que fizemos de errado a nós mesmos e aos outros!
Enterrar os Dezembros passados de nosso livro da vida, as páginas viradas, amassadas, rasgadas, amarelecidas, para que possamos seguir em frente de cabeça erguida!
Sabemos que o que não podemos é arrancar as folhas desse livro. Mas podemos virar a página! Enterrar o ano. Extraindo dele apenas a seiva e o adubo para uma nova plantação!
Para que possamos plantar novos e promissores Janeiros!
Assim, vamos cultivando cada semente que nos é lançada. A sublime oportunidade do recomeçar!
Arando cada instante, adubando minutos e regando as horas em cada página escrita no livro da terra!
Esperamos colher frutos e perfumosas flores na primavera!
Mas nem sempre é o que acontece.
Às vezes, colhemos tempestades e nem sempre plantamos ventos!
E depois de uma longa e suada labuta, num solo que a princípio pudesse parecer improdutivo, acreditamos fielmente poder ter a recompensa. Porém, colhemos frutos ácidos, estragados, flores sem viço e sem perfume. Ficamos tão frustrados, tristes e desanimados de continuar!...
Enterramos Dezembros sem coragem e sem ânimo de plantar novos Janeiros!
Sabemos que a vida é um presente de Deus para cada um de seus filhos!
E poder recomeçar um ano novamente é uma dádiva valiosa e sublime!
Quantos não tiveram a mesma oportunidade? Foram enterrados juntos com seus Dezembros, na tenebrosa e árida jornada de um plantio.
E não puderam estar aqui conosco nessa longa caminhada?!!
Mesmo se a terra parecer improdutiva, ainda assim vale à pena arar esse solo!
Plantar Janeiros com doces promessas, grandes sonhos, muitos projetos, coragem, fé, emoção, expectativas...
Somente assim chegaremos à primavera da vida, para colhermos as flores da satisfação e da felicidade! Na certeza de dever cumprido e de consciência tranqüila de que fizemos a nossa parte!
Essa bela e perfumosa estação, não tem pressa e nem hora para chegar. Mas precisamos cultivar dentro de nós esse doce alento que nos nutre e alimenta pela vida inteira...
E se depois de plantarmos nossos Janeiros, por algum motivo o nosso jardim não florescer como esperamos ou achamos que merecemos, podemos dizer:
_ Fizemos a nossa parte!
“Porque muitos querem o perfume das rosas, mas poucos aceitam sujar as próprias mãos de terra!”

Valleria Gurgel
Verão de 02 de Janeiro de 2012
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