Pessoas recicláveis e sustentáveis.

Pessoas, suas caras e jeitos, andam para lá e para cá, tem pressa, falam muito e dizem tão pouco, jovens, idosos, ambulantes, empresários, lixeiros, estudantes, todos iguais, todos pensando em segundos para lá e para cá, sem muita estratégia ou opinião formada, andam, comem, tem pressa, falam e seguem sem dizer ou deixar nada que mude algum universo.

Penso intuitivamente e racionalmente ao parar como um relógio sem vontade de seguir o dia em uma praça, e juro que teria um milhão de razões para idealizar um texto onde justificaria dentro de minha razões pensantes o quanto o ser humano está desqualificado em exercer este titulo auto adquirido.

Porém, algo dentro, apaziguou minha alma, coração e demais sistemas internos e intuitivamente pensei, esta espécime merece ser feliz. Todos nós merecemos uma chance, duas, três e quantas mais forem necessárias, mas de tudo isso, pensei imediatamente o quanto todos nós merecíamos e merecemos uma educação concreta, sustentável e com amor.

Sei que em um mundo feito fast food a educação agora é terceirizada nas mãos da mídia e jogada nas mãos das escolas mais que mau subsidiadas e sem apoio algum destes pais que as cobram milagres e se quer participam de um estiar bandeira ou trabalho voluntário para contribuir civicamente a algum propósito social ou escolar.

Mas não estou aqui para discorrer sobre o ensino escolar, mas sim o ensino familiar. Hoje nos esquecemos de que nossas crianças são seres humanos em formação, que ali estão políticos, médicos, músicos, filósofos entre outras infinitas possibilidades, e sim, as tratamos por preguiça, por falta de tato, informação e preparo, igual a pessoas com alguma síndrome ou algo que o valha, o fato é que ao em vez de educarmos, dar limites concretos e racionais, incentivar a inteligência sensorial, cognitiva e instigar o intelecto com atividades educacionais familiares, gastamos o tempo reclamando da geração atual e como já citei em algum texto, nostálgicos inúteis.

Exemplos claro, percebam uma criança falando com adultos, recebe quase ou nenhuma atenção, e suas respostas nunca condizem com o que a criança pergunta no instante mesmo com seu português ainda em aprendizagem.

Como uma criança que não foi ouvida pode aprender o valor da palavra, do dizer, da comunicação correta, afinal, pode se falar o que quiser e andar por ai sem maiores conseqüências, afinal, ninguém da ouvidos mesmo ao que dizemos, mentira?

Quando a criança faz uma pergunta que por nossa falta de preparo deixa um adulto em saia justa, o que fazemos, uma resposta qualquer e superficial, e pronto. Afinal, assim vivemos a vida, pela tangente.

Esta criança não tem quem explique conteúdo cultural, social, o que quer dizer a musica, onde estão as entrelinhas do pensamento, o que se pode entender...

O que sugiro, é uma revisão familiar na educação básica, que esta sim pode criar seres com caráter, bom discernimento, ouvintes de fato, oradores coerentes e pessoas mais propícias a praticar o bem verdadeiro e participar do universo de forma construtiva.

Apenas um pensamento que tive hoje, acredito que todos nós merecemos ser ouvidos, desde os pequenos tempos ao dilúvios atuais de consciência e falta de humanidade.

Uma musica da Adriana Calcanhoto diz, todo mundo um dia já foi criança, agora, imagine se todos tivessem sido crianças criadas com amor, atenção e educação para criação de novos seres sustentáveis, afinal, em um mundo que se prega bom e samaritanamente a reciclagem, gastar menos água, colaborar por um futuro para nossas crianças, sugiro senhores, vamos deixar crianças prontas para receber este futuro, claro, se formos bem sucedidos nesta missão.