APRISIONADOS

Desde os primórdios da infância, somos levados a obedecer aos pais e superiores nos diversos segmentos e classes sociais.

É evidente que, no contexto social - assim como os animais nos exemplam em suas organizações de sobrevivência -, devemos seguir determinadas leis, regras, sistemas e regulamentos, sem as quais seria impossível o fluxo normal de toda e qualquer organização.

Entretanto, no meu modo de pensar, não deveria haver tanta rigorosidade em certas fases de nossa existência.

Quando os afazeres e obrigações que nos são determinados ou os esforços mentais e físicos que nós mesmos nos impomos para a conquista de um objetivo forem definitiva e satisfatoriamente realizados, não há razão para ficarmos continuada e indefinidamente reféns de uma expectativa já conquistada, ou, o que é pior, deixar de preservamos a saúde e nos agarrarmos a uma luta ferrenha e desenfreada com o olhar voltado única e exclusivamente aos bens materiais, na busca da expansão patrimonial, quando o maior patrimônio e a maior dádiva de nossas vidas é o bem estar físico e mental.

Causa ainda maior tristeza e estarrecimento constatarmos os casos degradantes daqueles que, já tendo conquistado patrimônios admiráveis, não se importam em arriscar e própria vida e prejudicar pessoas puras e inocentes, muitas vezes utilizando-as como se as mesmas fossem marionetes em suas mãos, manipulando-as em jogos sujos para a conquista de sempre mais...

Exemplos não faltam, principalmente em se tratando de homens públicos, muitos dos quais, se afiguram com irretocável integridade para a população, mas, no reduto secreto de suas intimidades com os iguais, caracterizam-se pela total falta de escrúpulos e de valores morais, aprisionados na ânsia incontida de perpetuar no poder a qualquer preço, promovendo corrupção e emperrando o desenvolvimento da nação. Não possuem a dignidade de desejar a felicidade, o progresso e o crescimento das pessoas. Contrariamente aos grandes nomes da humanidade, não possuem a sensibilidade de observar que, quanto mais baixo for o nível da população, mais sujeitos estarão a viver num mundo hediondo, distante do sentimento fraterno e solidário, tão importante para a disseminação da paz.

Tão necessário quanto à disciplina, é a meditação e até mesmo não fazer nada em certos momentos e fases da vida; despreocupar-se de tudo e de todos e, com olhar controverso na alquimia do relaxamento, deixar que o ser se encontre em unicidade com a paz da natureza para que esta lhe fale ao coração.

Antenor Rosalino
Enviado por Antenor Rosalino em 26/11/2011
Reeditado em 26/11/2011
Código do texto: T3356855
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