Decência, decoro e discrição
Foi-se o período eleitoral. O último, ocorrido em 2010. O fim da propaganda de despreparados candidatos aliviou a todos nós, ansiosos pela volta da verdade que, infelizmente, é negada pelos políticos, até por desconhecê-la. Naqueles dias, informei, expus ideias sobre o ocorrido no país, na gestão petista, e o que adviria caso o PT permanecesse no poder, com a vitória de Dilma Rousseff. Graças a Deus, sua eleição nos livrou das aparições televisivas de Lula, a quem tenho declarada ojeriza. Talvez seja esse o motivo de minha tênue simpatia pela mandatária tupiniquim.
Após as eleições de outubro de 2011, abstive-me de escrever sobre política e economia. Com essa atitude, poupei o leitor de frágeis comentários, comparados aos da elite pensante, esclarecida e versada nos mais significativos assuntos de interesse nacional.
Escrevi pouco, ultimamente. Produzi crônicas relacionadas com o cotidiano das pessoas, algumas recheadas de humor, assunto que, também, não sou lá essas coisas. Hoje, baseado em e-mail recebido de um amigo, discorro sobre a passagem dos militares na administração do Brasil, por mais de vinte e cinco anos.
Naquela época, a corrupção herdada de governos anteriores e agravada na gestão de Juscelino, fincara raízes no solo pátrio, ensejando ação moralizadora dos militares que, infelizmente, foram apoiados por políticos canalhas. Listá-los nesta crônica, torná-la-ia extensa demais. Basta dizer que a maioria dessas ratazanas famintas ainda hoje engordam o patrimônio pessoal, em detrimento da população que reclama por melhorias na saúde, na segurança, e na educação públicas.
“Esses estranhos milicos”, como os qualificou o autor do e-mail que me inspirou a escrever este texto, realizaram obras de grande significação econômica para o Brasil. O desenvolvimento proporcionado por gigantescas e importantes obras de infraestrutura foi tão visível quanto necessário. Os saudosos milicos construíram a ponte Rio-Niterói, a Usina de Itaipu, asfaltaram as estradas brasileiras, e, determinados, impediram que o comunismo fosse implantado no Brasil, sob os auspícios dos vermelhos, hoje incrustrados no poder, entre eles, a presidente da República. A citação de apenas três das inúmeras e gigantescas obras executadas em mais de vinte anos de saudável administração, teve por finalidade evitar que o presente texto se tornasse extenso.
Se as realizações físicas promovidas pelos milicos ultrapassaram expectativas, maiores foram os exemplos de honestidade que eles legaram às gerações futuras, impedidas de conhecê-los convenientemente. A esquerda rancorosa negou-lhes a oportunidade. Eles, os milicos, trabalharam sob a égide da decência, do decoro e da discrição, princípios desconhecidos do político de hoje: incompetente, perdulário e, sobretudo, desonesto. Boa parte dessa desonrosa classe merece a vergonhosa distinção.
Ex-presidentes militares e seus companheiros de caserna, investidos em cargos ministeriais, morreram com seus nomes limpos. Eram honestos. Não compartilharam com a sujeira de alguns de seus assessores civis e de apoiadores políticos que se locupletaram das facilidades do poder; esses, enriqueceram e contribuíram para a longa vida corrupta em que vivem até os dias de hoje os ainda vivos e seus descendentes e apaniguados seguidores.
Veja leitor, esses casos, descritos para enaltecer a conduta correta e exemplar de seus donos: Mário Andreazza, coronel, foi ministro dos Transportes, responsável pela construção da ponte Rio-Niterói, obra de dois bilhões de dólares, financiada por bancos ingleses. A despeito das inverídicas denúncias de corrupção por seus detratores, morreu pobre. Trinta e sete colegas de turma contribuíram para que o seu corpo fosse transladado para o Rio Grande do Sul, seu rincão natal. Compare-o com a recente exoneração do ministro dos Transportes do governo Dilma, escorraçado por desonestidade. Dulce Figueiredo, viúva do último presidente militar, João Batista Figueiredo, vendeu objetos pessoais do marido para custear suas despesas pessoais. Diferentemente, Marisa Letícia, de posse de cartão corporativo de altíssimo crédito, gastou, sem prestação de contas, o dinheiro que você e eu pagamos de elevados impostos.
Bastam esses dois casos. Deixo para você, leitor e atento observador das maracutaias praticadas por políticos de alto desprezo pela honestidade, tirar suas conclusões. O título desta crônica: Decência, Decoro e Discrição foi tomado emprestado ao falecido general Geisel, ex-presidente militar, que dizia ser esses os “três dês do milico”. Segundo o dicionário Houaiss, decência é o padrão moral e ético exercido com dignidade e correção, assim como o decoro, enquanto discrição, significa a qualidade de quem é comedido e age em defesa da ordem pública e nos limites da lei. Tire, pois, suas conclusões. O político de hoje se rege por esses princípios?
Depois, você me conta!