João, agente da história.
Nascido em Criciúma, SC no dia 06/07/1952, o segundo filho de Manuel e Virgínia, casal humilde de colonos de fazendas de batatas e bananas. Manuel mais tarde se torna trabalhador das minas de carvão do sul do estado. Neste período ainda menino, João torna-se, assim como outros garotos de sua idade e da sua cidade, o carregador de almoço para os companheiros de trabalho do pai.
Ainda na adolescência descobre que possui tumor benignido no tórax, que opera. Já na idade adulta, casa-se com Normélia aos 24 anos, com quem tem quatro filhos: Gesiel, Laodicéia, Jadiel e Israel.
Logo que se casa vem para Itajaí acompanhando Antônio Honório, proprietário de um bazar no centro do município. Durante algum tempo trabalha para Antônio Honório, e é no seu terreno no bairro Cordeiros que o casal tem sua primeira casa.
Em 1980 com esforço João e Normélia compram um terreno no bairro Fazenda, compram também uma casa de madeira que é trazida para o terreno. Neste mesmo ano nasce o terceiro filho do casal: Jadiel.
Em 1982 João descobre novo tumor de tórax, operado passa alguns dias na UTI do Hospital dos Servidores na Capital do Estado. Após a operação João consegue sua aposentadoria por motivos de saúde, mas a aposentadoria não o faz parar de trabalhar. Homem lutador e sabedor de suas responsabilidades como pai João continua a trabalhar. Peças para bujões, brinquedos, picolés, vigia de condomínio, muitas vezes com jornada dupla, prancheta de madeira e caneta nos bingões que aconteciam entre os finais dos anos 80 e início dos anos 90 foram algumas de suas ocupações. Neste período João resolve também vender doces de coco: cocada, coquinho doce, água, refrigerante, outros doces, entre outros.
É assim que entre uma venda e outra João vai sustentando sua família. Mais do que sustentar com alimentos, ele o sustenta intelectualmente seus filhos. Com estudos parcos, somente até a 4ª série primária de uma pequena escola rural, ele pretende que seus filhos terminem seus estudos; que "sejam alguém na vida", como não cansa de repetir. A história deles será diferente, não viverão a duras penas de esquina em esquina, sonha que eles seriam pessoas com estudo e com bons trabalhos.
Com muito trabalho, dedicando quase todos seus esforços para a educação de seus filhos, João pouco constrói de material para si próprio e para sua esposa, mas dois de seus filhos conseguem se graduarem, Israel o mais novo em História, e Laodicéia, a única menina resultante do casamento em Nutrição. Gesiel o mais velho torna-se programador de computador. E Jadiel, o outro filho, por muito tempo dedica seu tempo trabalhando com o pai, e hoje além de auxiliar o pai, trabalha num grande supermercado da cidade.
Hoje, é difícil encontrar alguém na redondeza que não tenha conheça João, se não pelo nome, que tenha comido um de seus doces, lá no carrinho branco no ponto central da cidade, na frente do banco Itaú, ou então comprado uma de suas mercadorias.
É assim que João vai fazendo parte da história de Itajaí, da história de sua gente, sendo agente da história da cidade, ele é parte dela.