A CIDADÃ COMUM

A cidadã comum (comentário político)

Ontem, a Câmara dos Deputados absorveu mais um parlamentar, a Dep. Jaqueline Roriz, eleita em 2010 pelo povo do Distrito Federal . O que isso tem de novo? Absolutamente nada. Na verdade, nem gostaria de falar sobre esse episódio, mais sim, sobre a declaração de defesa, daquela que foi considerada inocente em votação secreta por seus “pares”.

“Quando eu recebi aquele dinheiro, eu não era deputada, não era funcionária pública, , era uma cidadã comum portanto, não estava sujeita ao código de ética desta casa.”

Confesso que não sei por onde começo. Tal declaração chega a estarrecer, e olha, pelo que tenho visto nos últimos anos, poucas coisa ainda me estarrecem em se falando de política.

A nobre deputada se defende dizendo que ainda não era parlamentar, ok. Por mais absurdo que seja, a lei da ficha limpa não vogou para o pleito passado, logo, algum parlamentar pode se defender assim: “Roubei, mais foi antes de ser deputado” ou “claro, recebi propina, fiz caixa dois, desviei verbas, super faturei obras e licitações por muito tempo, mais não se esqueça, fiz tudo isso antes dessa tal lei da ficha limpa.” Para os corruptos, a prescrição dos seus crimes aconteceu esse ano.

Continuando: ..."Eu não era deputada, não era funcionária pública, era apenas uma cidadã... " Espera ai, puxa o freio de mão que parece que não entendi muito bem. Era apenas uma cidadã? O que será que ela quis dizer com isso? Qual de nós, cidadãos comuns, do Oiapoque ao Chuí, que vive por ai embolsando R$ 100.000,00? Na minha família há dois deficientes visuais e um parente distante que sofre de hemofilia, mais eu juro, nunca me apareceu ninguém que me doasse pelo menos uma bengala aos meus, quem me dera R$ 100.000,00...

Por fim ... “era uma cidadã portanto, não estava sujeita ao código de ética desta casa.” E ela disse tudo isso em sua defesa, dá para acreditar? Excelência, acima do código de ética do congresso há a Carta Magna e outras dezenas de códigos que condenam atos como o recebimento de propina ou coisa parecida. Mais nem precisamos ir ao âmbito das leis e suas interpretações. Aprendemos em casa mesmo, com os nossos pais o que é certo e o que é errado. O que devemos fazer e o que não devemos. Mais nem sempre é assim e então, como dizia minha saudosa vovó: “o costume de casa levamos à praça.”

George Itaporanga
Enviado por George Itaporanga em 31/08/2011
Reeditado em 27/04/2024
Código do texto: T3193146
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