Solidão e insônia

Em véus de agonia vou me esvaindo no holocausto da Insônia entre as garras afiadas de uma noite infinda e tão alheia as agruras da minha solidão de amor. La fora, a noite se diverte pelas ruas praças e bares da cidade, O Mundo parece enlouquecido não existe mais o mesmo romantismo. Tudo parece ter perdido o sentido reviro-me de um lado para o outro da cama, em busca do tão desejado sono, agonizo inquieta e solitária. começo a suar frio, pensamentos confusos me invadem a mente. Retiro as cobertas de cima de mim e vou descalça a cozinha sinto o piso frio tocando os meus pés e a brisa gelada da madrugada a adentrar pelo vão da minha janela, tocando-me levemente. O silêncio traz consigo o zumbir do planeta como um gemido, um lamento de dor. Tenho a impressão de que o silêncio tem olhos grandes e está a me observar. Na cozinha a geladeira tão quieta em sua forma e tamanho, dispara o seu motor quebrando o silêncio, me dando um choque de realidade e ao mesmo tempo me fazendo viajar para muito aquém de mim. Nessa viagem  pensei: O que seria a realidade? Um tempo arrastando-nos pelo caminho afora... Nos consumindo... corroendo tudo até os ossos? Quem está de posse do meu sono agora... Tenho a impressão de ter vários olhos. Fecho meus olhos físicos mas, os olhos da mente, ficam abertos. Os olhos espirituais permanecem mais abertos ainda ando de um lado para o outro enquanto meus filhos dormem, meu gatinho também. Apenas meu cachorrinho poodle segue meus passos pela casa. Ainda paro para lhe agradecer e lhe colocar uma água fria. E os olhos da minha alma parecem querer chorar. Divago por essas horas insípidas e vazias peregrinando pela casa, garimpando guardados antigos distraindo-me com recordações, da família, relendo poesias velhas revendo fotos, escrevo algo que nem mais sei o que, só pra depois ler e analisar os momentos angustiantes em que que passo agora. rogo então a Deus para que o dia logo amanheça ou que adormeçam os meus eus, que minha alma, meu espírito aquiete-se em mim, que se fechem os meus olhos intrínsecos para que eu desperte renovada num amanhecer muito distante da então noite em que naufrago agora, nessa maldita insonia. Percebi finalmente que tenho um Deus e que os olhos que estavam sobre mim, era os dos seus anjos então clamei ao senhor e ele logo confortou minha alma, me encheu de gozo e quietou o vendaval que estava em mim. o sono veio veio chegando de mansinho como um bálsamo, deixei-me cair na cama devagarinho, como se mãos me pegassem, trazendo à memória cenas de quando eu era criança... Doce foi esse sono, jamais esperado naqueles momentos cruciais em que eu peregrinava pela casa e por dentro de mim. Esse é o nosso Deus...

                Kainha Brito
Kainha Brito
Enviado por Kainha Brito em 29/08/2011
Reeditado em 25/04/2016
Código do texto: T3188753
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