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Poeta – um fingidor?
Às vezes, ao reler poemas escritos anteriormente, invade-me a estranha sensação de que sejam de outro autor. Acredito que o fenômeno ocorra porque o poeta possui um "eu-lírico" tão aguçado e sensível, que seja capaz de vivenciar todos os seus sentimentos (de alegria e/ou de tristeza) num só instante. Mas, o momento específico no qual se expressa - por mais intensa que seja a escrita - nem sempre coincide com o momento inspirador e nem significa que seja vivido o tempo todo. Isto leva a crer que o poeta possa ser um fingidor circunstancial, mas nunca um fingidor das próprias emoções.
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Rio de Janeiro, 28 de agosto de 2011 – 21h16