A mentira tem pernas quebradas

Eu devia ter uns doze ou treze anos na época. Ainda me lembro como se fosse hoje... Primeiro peguei uma tábua bem grande e subi em cima do banheiro. Depois, a atirei no chão: Buu!!!! Desci rapidamente do banheiro e comecei a gritar:

- Ai, ai, ai! Quebrei a perna!

Logo, todos estavam em minha volta para me socorrer.

- O que aconteceu? – perguntou meu irmão mais velho preocupadíssimo.

- Eu caí de cima do banheiro – balbuciei com dificuldade.

Ele me carregou até o quarto onde fiquei deitado em uma cama. E vejam só: tudo o que eu queria era só pedir que prontamente alguém trazia.

Fiquei o dia inteiro na maior mordomia fingindo que estava com as pernas quebradas, pelo menos até o papai chegar do trabalho.

Mas já no fim da tarde, quando me bateu uma sede desgraçada, não é que acabei me esquecendo?! Levantei-me para ir à geladeira e... Se olhar matasse, eu já estaria morto, porque a cara de ódio com que todos me olharam já me dizia tudo.

O jeito foi correr, para que não quebrassem minhas pernas de verdade.

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Essa crônica é de autoria do meu irmão Weverton Wilker... é uma pérola das antigas, gosto dessa porque lembro bem desse dia..srsrsr.. Parabéns mano!

Wellington Varjão Poeta
Enviado por Wellington Varjão Poeta em 03/08/2011
Código do texto: T3136649
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