DEMOCRACIA À BRASILEIRA
José Ribeiro de Oliveira
A luta foi imensa, o sofrimento foi intenso e as baixas ainda são sentidas. Este foi o preço da nossa Democracia.
Os ideais de uma meia dúzia de cidadãos genuinamente probos e honestos, empunhando a bandeira da liberdade, bradaram aos quatro ventos, empenharam suas liberdades e ofereceram suas próprias vidas pela conquista da liberdade de todos os brasileiros.
O sangue de muitos foi derramado; outros perderam suas identidades e forjaram seus sentimentos para permanecerem vivos. Outra vez a história premia o esforço por uma boa causa e devolve aos braços da pátria a tão desejada Democracia.
A ansiedade, a emoção, a ausência de reflexão e de prudência, promoveram uma verdadeira anestesia na consciência política dos brasileiros e permitiu que a recém nascida Democracia permanecesse nas mãos dos mesmos que sustentavam o Regime Autoritário. Mascarados e favorecidos pela miopia dos extasiados novos cidadãos, apoderaram-se do Poder e continuaram na direção da nave Brasil.
Ao longo desses anos, aproveitando-se do efeito inebriante da concedida liberdade de expressão, construíram antídotos que tornam nula esta liberdade, ou seja, a liberdade plena de dizer o que se quer, representa, em razão das muralhas de proteção que foram criadas, um mero desabafo do cidadão descontente.
Com critério de hereditariedade, oligarquia ou negociatas, o Poder se transmite na forma de rodízio entre os mesmos, sustentando vícios de absoluta nocividade para a Nação Brasileira, que, ao invés de institucionalizar o País, tornando fortes e confiáveis as instituições, promovem, por via dos comportamentos generalizados de corrupção e desonestidade de toda ordem, um absoluto descrédito na estrutura organizacional do Estado.
Os vícios de ontem permanecem, para garantir o modelo criado e sustentar a continuidade no Poder.
Tais vícios permitiram o enraizamento da improbidade e a cultura da corrupção e da violência. E pior, conseguem construir um sentimento de tolerância a todas essas mazelas. É o efeito prolongado da anestesia na consciência política.
Hoje, para a maioria dos brasileiros, político é sinônimo de corrupto, ladrão, desonesto. Como pode uma sociedade viver comandada por indivíduos com esse perfil?
Como se pode admitir que esses indivíduos, comprovadamente criminosos, pela Justiça, venham ser mantidos no poder pela mesma Justiça que os condena?
A resposta é fácil: esta é a justiça que eles criaram. Que não difere em nada do período de colonização. Àquela época, se o criminoso era alguém ligado ao Rei, aplicavam-se os benefícios da lei. Se o crime era praticado contra o Rei, aplicavam-se os rigores da lei.
É, conseguimos construir uma Democracia sui generis, onde, quem pode faz o que quer.
Então, está justificado. Está todo mundo Malufando, Palocciando, Zé Dirceusando, Nicolando, Luis Estevando, Severinando, Celso Pitando, Escociando, Jorginando, Collorando, Arrudando, Barbalhando........................Mas que país é esse?
Como o Poder é exercido por representante da sociedade, é perfeitamente admissível que no elenco dos que compõe o poder possa ser encontrado um ou outro que apresente uma conduta desviante, o que deve ser rigorosamente extirpado pelos seus pares. Mas é possível manter uma instituição representativa cuja maioria está contaminada por vícios de corrupção e outros crimes? Em que espelho a sociedade vai se olhar? Que exemplo ela vai seguir?
O que acontece no resto da sociedade é exatamente esse reflexo. Um comportamento generalizado de desonestidade e uma violência intratável.
O Estado, cuja razão de existir é para promover o bem estar social, está promovendo exatamente o contrário.
A sociedade brasileira vive apavorada pela violência; desacreditando nas instituições públicas em face das práticas de desonestidade dos seus representantes; desamparada de assistências à saúde, à educação, ao transporte e outros serviços essenciais garantidos pela Ordem Constitucional.
A violência e a criminalidade já sufocaram os centros urbanos e agora tomam conta do campo, onde a instabilidade e o desespero imperam nas famílias realmente campesinas.
Os governos fazem olho vesgo para a segurança pública e se preocupam apenas com a sua segurança e a de se seus atos, quase sempre contrários aos interesses da sociedade.
Não é essa a democracia que queremos. Não é esse o Estado que precisamos. Não são esses os representantes legítimos dos anseios dos brasileiros, mas que chegaram ao poder pelos vícios dessa democracia e a benevolência ou cumplicidade das suas instituições.
Em nome dos que deram seu sangue e suas vidas pela Real Democracia, não podemos ficar inertes.
Nas próximas eleições, MUDE TUDO! EXCLUA TODOS ELES.