Sabedoria em extinção

Sala, Cela, Sela

Procurei por diversas vezes entender o motivo, mas acabei desistindo, acredito que não vai fazer diferença o meio, pois o centro da atenção se encontra no fim não no meio, ninguém percebe, mas o fim de hoje não é importante, é descartável e pode sofrer novas adaptações, alterações, exclusões e assim por diante nem tão pouco é importante o início para os que não vêem o início - esses se deliciam com o fim pouco importando o meio quiçá o início, nada importa, para os tais todas as coisas com princípio meio e fim estão no fim, ou seja, acabarão se extinguirão no que depender dos tais.

Encontrei esses dias um cavalo comendo carne, o cavalo comia carne, estava sentado e saboreava um grande pedaço de bife cru, não acreditei no que vi, olhei novamente e realmente constatei: Era verdade, o seu dono que estava sentado ao lado juntamente com os filhos de igual modo partilhava com ele, cavalo, a sentada e o momento da alimentação. O homem comia capim, ele e os filhos, a carne na boca do cavalo fazia respingar sangue no capim, que o homem via como catchup, ambos se deliciavam homem - cavalo, com aquele suculento pedaço ensangüentado de um ex-vivente e mato seco, imediatamente não dei importância, mas mais poucos passos à frente fui tomado subitamente por uma dúvida: Cavalo como carne? Aquelas dúvida que nos flecham às vezes deixando-nos perturbados, com a cabeça roída, pendurados num torno enfiado numa parede, é horrível pensar, ao qual ficamos lá nos debatendo, retorcendo sem sucesso. Por fim não durou muito tempo o martírio, foi quando subitamente (novamente) tive uma idéia magnífica: Pedir a ajuda de algum amigo versado em letras é verdade que tenho poucos tais, talvez nenhum, coisa que não me faz diferença... antes que eu fuja do assunto do cavalo carnívoro encontrei o amigo metido (que não era tão amigo assim) enfurnado em casa perdido numa montanha de papéis, o tal, talvez por não o vê-lo há tempos, me pareceu louco, realmente estava louco, não dizia coisa com coisa, nem tampouco o seu olhar era de uma pessoa normal, era furtivo, queria logo me explicar coisas que quiseram me ensinar quando criança, me senti mal, muito mau naquela casa de demônios, com um louco querendo devorar-me, por fim o homem se conteve, então meio receoso pude perguntá-lo, mas não o fiz, desisti, já sabia a resposta, brilhante, como não pensei há mais tempo nisso?

Tinha pensado e pensado e pensado, doeu, a conclusão veio por eliminação das alternativas, realmente o cavalo não come carne, o outro, quanto ao homem comilão de capim só fiquei preocupado com a quantidade do vegetal que era pouca.

Autor: Irineu Magalhães

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