Caldo de galinha (bom demais! faz um bem danado!)
Fico pensando:
Bacana ler palavras de quem sabe escrever, não é? Legal ler frases de gente culta. Muito bom ler, e na leitura, meio que conhecer entranhas de pensamentos e reflexões que puxam a gente, ciclicamente, a mirabolar outras reflexões.
Gente que filosofa e põe pra fora o que questiona é nota 10.
Porém, por e-mail ou não, é tanta coisa sendo publicada, disseminada, divulgada, cultuada, levada a pódio, que, sinceramente, acabo de me pegar em estado de dúvida.
Eu cá, com essas interrogações que acabam de baixar; ali do lado, um texto perfeito, espetacular, só que a intenção do autor deve ter sido, ou está sendo, desvirtuada, deturpada, algo assim.
A literatura tem licenças mil. Poetas, cronistas, contistas, nossa, tanto formato diferente entre os que podemos produzir ou ler, que podemos nos perder tranquilamente na hora de deduzir diante de que estilo estamos. A literatura é nobre por si só. Ao leitor, não importa se a crítica pôs abaixo, nota zero, ao livro, ao artigo, à poesia, à obra de X, Y ou Z. Se o leitor quiser, ele vai ler, exercendo seu direito de simplesmente LER. Escolhendo.
Enfim, sei que fica a questão, em mim (sem absolutamente nenhuma expectativa de encontrar solidários - pensando alto, ou pensando ao teclado, eu diria):
Sei não, gente, mas ando vendo e lendo coisas que violam (pra não dizer 'ofendem') grotescamente o direito que o meu vizinho tem de gostar do que ele quiser. E, acreditem, muitas das vezes compartilho da opinião de quem leio. Concordo com "a opinião". Nesses exemplos que me levam a ponderar o que me bateu, o que lamento é o modo, a forma, lamento o escancarar do pejorativismo que noto nos rótulos que são pregados na testa de quem possa ler aquelas opiniões e que pense diferente do autor do texto.
Sei não... Andei lendo coisas bem estranhas, esquisitas. Repito, textos riquíssimos, talvez linhas traçadas pelo autor com intenções avessas ao modo como seus divulgadores estejam usando. Defendo a literatura, questiono o massacre e, principalmente, a estigmatização. Algumas coisas que tenho lido chegam a ser agressivas, transformam em grosseria o lado intelectual de quem assim tentou se mostrar. Gente, intelectual também pode ser educado (e deve, não?). Andam tratando os "diferentes" como adversários, ou, pior, como seres inferiores, "desprovidos do intelecto que EU possuo" - mais ou menos por aí. Então, se reduzo meu "opositor" à poeira da ferradura do cavalo do bandido, à completa insignificância, o que me torna "superior" a quem quer seja???
Carlos Drummond de Andrade não podia gostar "dum forrozim", será??? Ariano Suassuna não podia gostar "dum rala-bucho" ou "rala-cocha"?? Ai, que dó!!!! (pra eles)
Ai, gente, vamos aliviar o peso de que tudo tem que ser nobre e evoluído, do contrário, não presta! Por favor!!!
Leveza na vida, pelo amor de Deus!!! Pesos trazem até doenças!!! (dizem os especialistas, não eu).
Risos, pelo amor de Deus! Nem que seja só de vez em quando (sempre é muito melhor!).
Vamos tentar usar "Detesto!" (chapado, negritado) menos vezes. Que tal um "Ah, não agrado!"? Aos poucos a gente percebe que o que não nos agrada começa a nos incomodar bem menos do que incomodava na época do "Detesto!".
Vontade de tomar um caldo de galinha...
Abraços,
Fico pensando:
Bacana ler palavras de quem sabe escrever, não é? Legal ler frases de gente culta. Muito bom ler, e na leitura, meio que conhecer entranhas de pensamentos e reflexões que puxam a gente, ciclicamente, a mirabolar outras reflexões.
Gente que filosofa e põe pra fora o que questiona é nota 10.
Porém, por e-mail ou não, é tanta coisa sendo publicada, disseminada, divulgada, cultuada, levada a pódio, que, sinceramente, acabo de me pegar em estado de dúvida.
Eu cá, com essas interrogações que acabam de baixar; ali do lado, um texto perfeito, espetacular, só que a intenção do autor deve ter sido, ou está sendo, desvirtuada, deturpada, algo assim.
A literatura tem licenças mil. Poetas, cronistas, contistas, nossa, tanto formato diferente entre os que podemos produzir ou ler, que podemos nos perder tranquilamente na hora de deduzir diante de que estilo estamos. A literatura é nobre por si só. Ao leitor, não importa se a crítica pôs abaixo, nota zero, ao livro, ao artigo, à poesia, à obra de X, Y ou Z. Se o leitor quiser, ele vai ler, exercendo seu direito de simplesmente LER. Escolhendo.
Enfim, sei que fica a questão, em mim (sem absolutamente nenhuma expectativa de encontrar solidários - pensando alto, ou pensando ao teclado, eu diria):
- Nossa liberdade de expressão (graças a Deus!), por vezes não nos tira do eixo?
- Em nome de manifestar publicamente do que gosto, do que não gosto; será que não estou ultrapassando aquela linhazinha fininha, finíssima, tênue, que do outro lado abre a porta para a "liberdade do outro"? Que eu saiba, e me corrijam quem puder, por favor, aprendemos desde a mais tenra infância (ou deveríamos ter começado a aprender ainda lá), que a minha liberdade termina onde começa a do meu próximo. Isso em qualquer regime de governo ou de sociedade.
Sei não, gente, mas ando vendo e lendo coisas que violam (pra não dizer 'ofendem') grotescamente o direito que o meu vizinho tem de gostar do que ele quiser. E, acreditem, muitas das vezes compartilho da opinião de quem leio. Concordo com "a opinião". Nesses exemplos que me levam a ponderar o que me bateu, o que lamento é o modo, a forma, lamento o escancarar do pejorativismo que noto nos rótulos que são pregados na testa de quem possa ler aquelas opiniões e que pense diferente do autor do texto.
Sei não... Andei lendo coisas bem estranhas, esquisitas. Repito, textos riquíssimos, talvez linhas traçadas pelo autor com intenções avessas ao modo como seus divulgadores estejam usando. Defendo a literatura, questiono o massacre e, principalmente, a estigmatização. Algumas coisas que tenho lido chegam a ser agressivas, transformam em grosseria o lado intelectual de quem assim tentou se mostrar. Gente, intelectual também pode ser educado (e deve, não?). Andam tratando os "diferentes" como adversários, ou, pior, como seres inferiores, "desprovidos do intelecto que EU possuo" - mais ou menos por aí. Então, se reduzo meu "opositor" à poeira da ferradura do cavalo do bandido, à completa insignificância, o que me torna "superior" a quem quer seja???
Carlos Drummond de Andrade não podia gostar "dum forrozim", será??? Ariano Suassuna não podia gostar "dum rala-bucho" ou "rala-cocha"?? Ai, que dó!!!! (pra eles)
Ai, gente, vamos aliviar o peso de que tudo tem que ser nobre e evoluído, do contrário, não presta! Por favor!!!
Leveza na vida, pelo amor de Deus!!! Pesos trazem até doenças!!! (dizem os especialistas, não eu).
Risos, pelo amor de Deus! Nem que seja só de vez em quando (sempre é muito melhor!).
Vamos tentar usar "Detesto!" (chapado, negritado) menos vezes. Que tal um "Ah, não agrado!"? Aos poucos a gente percebe que o que não nos agrada começa a nos incomodar bem menos do que incomodava na época do "Detesto!".
Vontade de tomar um caldo de galinha...
Abraços,