O Leitor
Sentada confortavelmente no sofá, à ler machado de Assis, chega meu pai. Na sua insistência, relutante com tantas contas à pagar, pede-me que me mude para a mesa, onde está a minha irmã para diminuir o número de luzes ligadas. Leitor isso me incomodou! Sabe uma pedra no sapato? Um talher arranhando a parede? Pois bem!
Leio e leio com prazer.
Quem vê o universo literário como um mundo seu, um mundo particular, tem aquele lugar, seu próprio recanto onde as coisas fluem e nada mais é como parece ser ou existir. Em Dom Casmurro, Machado descreve tal influência como ´´cocaína moral dos bons livros’’.
Sentar-me naquela mesa retangular, mesmo que de vidro, muito tenaz e resistente, é como tentar suprimir uma criança a não mais brincar no parquinho e tranca-la no quarto para brincar sozinha.
Ler, escrever, estudar precisa ser confortavelmente.
Perturbar esse campo é crime: Com pena de muito stress nos próximos minutos.
Poucas situações me perturbam mais que isso.
Não terminei de ler o capítulo.