GRADES

GRADES

ERA UMA SENHORA EM CUJA VIDA SÓ HAVIA O TRABALHO, COM A BENÇÃO DE DEUS, E, MESMO SEM ESQUECER SUAS IMPERFEIÇÕES, FAZIA DE SUAS OCUPAÇÕES SUA RAZÃO DE EXISTIR . ELA AMPARAVA SEUS PAIS, EDUCARA SEU FILHO SOZINHA.

AGRADECIA FREQUENTEMENTE A JESUS, MAS ERRAVA – E COMO! – NÃO CUIDAVA DE SI. TINHA OS OLHOS FECHADOS, POIS AO AUXILIAR OS OUTROS, ESQUECIA QUE PRIMEIRO DEVERIA VALORIZAR A SI MESMA. TANTO CONSTRUIU. A TANTOS ATENDEU. QUANTOS LHE AGRADECIAM, SEM QUE ELA NADA PEDISSE. ELA COMEÇARA HUMILDE REDATORA E AGORA ERA EXECUTIVA-GERAL. ALÉM DISSO, LECIONAVA. AFINAL, QUANDO VOLTOU AO RIO, ENCONTROU SUA MÃE PASSANDO FOME E SEU PADRASTO MUITO DONTE EDEPOIS DE LONGO TRATAMENTO, ELE PARTIU...

NADA VIA. TESTAR FAZENDO O MELHOR. O SALÁRIO ERA BOM E CONTINUOU NAQUELE CAMINHO QUE A FARIA DECEPCIONAR-SE TANTO. COMPROU APARTAMENTO. LOGO, SUA MÃE FICOU DOENTE. UM TRATAMENTO CARÍSSIMO, VISTO QUE O PROBLEMA NEUROLÓGICO A TORNOU TETRAPLÉGICA. SÓ CONSEGUIU UM HOSPITAL PÚBLICO JÁ AO FINAL. DEPOIS A PERDEU.

E ELA CONTINUAVA A OUVIR E A SOLUCIONAR QUESTÕES DE OUTREM. MAS TUDO MUDOU. FALTAVA ESPIRITUAL ÀQUELES PARA QUEM TRABALHAVA E QUE, EM SUAS EMPRESAS, OCUPAVAM ALTAS FUNÇÕES SENSIBILIDADE. O QUE ELA SENTIA POUCO INTERSSAVA. UM DIA, QUANDO SUA MÃE ESTAVA EM COMA, NÃO OUVIRAM O QUE DIZIA POR TELEFONE E LHE PEDIRAM A REDAÇÃO DE UM ARTIGO PARA JORNAL. ELA NÃO TINHA SENTIMENTOS... ENQUANTO ISSO, POR INTERESSES OUTROS, OUTRO GRUPO A TINHA COMO IMPEDITIVO A SEUS PROPÓSITOS.

EM BREVE, TUDO RUIU. SUA ALMA NÃO VIU. ESQUECEU DA GIGANTESCA RESPONSABILIDADE QUE DETINHA EM INSTITUIÇÃO MUITO CONHECIDA. NÃO SE DEU CONTA DE QUE SEU CARGO ERA EXTREMAMENTE VISADO.

APROXIMANDO-SE O FIM, OUVIU DE UM DIRETOR, QUE, ANTES TANTO A ELOGIAVA, PALAVRAS QUE A DEIXARAM FRENTE A FRENTE COM A SUA SITUAÇÃO. EMBORA O AMOR AO PRÓXIMO QUE TINHA TUDO DEMOROUNOU. ELA, AFOGADA EM DÍVIDAS PELA DOENÇA DE SUA MÃE, A COMPRA DO APARTAMENTO E COM O FILHO DISTANTE POR UM CASAMENTO INESPERADO.

SUA COMPANHIA- COMO AOS SEIS ANOS - ERAM AS PAREDES, UM PEQUENO CACHORRO E UM PASARINHO. AO CHEGAR A CASA, SEM TROCAR DE ROUPA, TOMOU DOIS CALMANTES. MISTUROU UM COMPRIMIDO COM O OUTRO E DEITOU-SE NO SOFÁ. POR MILAGRE DE DEUS, NAQUELE DIA, SEU FILHO, QUE, HÁ MESES - COMO HOJE FAZ - LÁ NÃO IA, A ENCONTROU.

A PARTIR DAÍ SÓ SE RECORDA DE TER ACORDADO NO HOSPITAL E O QUE DISSERAM NÃO CABE AQUI. O QUE IMPORTA É QUE A LEVARAM PARA UMA CASA DESSES INFELIZES QUE,EMBORA AINDA TENHAM A DIGNIDADE HUMANA, SÃO TRATADOS COMO ANIMAIS, DESCENDO AOS DEGRAUS MAIS BAIXOS DA VIDA.

AO ACORDAR, TENTOU SAIR E SÓ GRADES. TENTOU CHAMAR ALGUÉM E RISOS FORAM A RESPOSTA. ESTAVA QUASE DESPIDA. ERA UMA ALMA DESENCANTADA. MANDARAM-NA ESPERAR ALGUÉM E NADA. TENTOU ABRIR A PORTA E FOI VIOLENTAMENTE REPRIMIDA.

FOI NESSE MOMENTO QUE ELA VIU OS DETRITO E A LAMA EM QUE ESTAVA COLOCADA – COMO TANTOS INFELIZES. AQUIETOU-SE E SÓ VIU UMA LUZ NO FU

NDO DO PORVIR. OUVIU A VOZ DA ESPERANÇA: JESUS.

SEU FILHO FOI BUSCÁ-LA. MAS AS PALAVRAS O ABANDONARAM. NO ENTANTO, AQUELAS GRADES A FIZERAM RECOMEÇAR. FOI UM BALANÇO DE SUA VIDA, COM MUITAS E MUITAS LÁGRIMAS. NÃO HÁ MÁGOAS, PORÉM.

Luandro
Enviado por Luandro em 15/05/2011
Reeditado em 06/06/2019
Código do texto: T2971902
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