" REVELAÇÕES LITERÁRIAS "

Fala-se que os poetas morrem jovens, mesmo em avaçada idade. É que eles rejuvenecem com o passar dos anos pois a poesia

vivifica por ser criadora. Comecei tarde, em 1982, com quase cincoenta anos, antes não havia escrito uma única linha, foi inspiração ou desejo racional de expressar-me, voltado às sugestões de Manoel Bandeira e Rabindranah Tagore.

Eu diria que nos três primeiros trabalhos nos fundamentamos da veia lírica : em "Rosa Guerrilheira" , "Sementes" e "Incomensurável das Pedras" que nos conduziram a uma auto percepção.

Em "Babeliano" e "Flora dos Milagres" de 2004 ocorreu maior maturidade em que me deixo influenciar pelo existencialismo e ceticismo estóico, nítidos nos trabalhos de Paulo Bonfin, Cecília Meireles, mediado pela percepção poética de Hilda Hilst.

Não que queira colocar-me no mesmo nível desses ícones, mas a poesia deles foi um guia para orientar-me no hermetismo ou clareza, no visceral e complacência com minhas fragilidades literárias.

Em "Acerbo Amor" de 2o10 inclinei-me à reflexão bachelardiana, em que as recorrentes imagens desgastadas nos trabalhos anteriores tomam um rumo mais claro. É a identificação com os temas de Gustav Bachelard, a nostalgia de retorno às raízes da memória. Esvaiu-se daí para frente a inocência da expontaneidade não percebida.. Vi-me semioticamente mais dono da minha criação, que se

melhor compreende na medida em que, olhando no espelho, me vejo num anterior menos autêntico.(Fim da 1a. parte)

permiano colodi
Enviado por permiano colodi em 06/05/2011
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