Escândalos no Senado II
O Senado Federal vem passando por uma crise, que já perdura há alguns meses. Na verdade não é uma crise, mas uma sucessão de escândalos que começaram com o desvendamento de uma irregularidade que ficou conhecida como a farra das passagens aéreas, em que as passagens não utilizadas eram repassadas para pessoas estranhas ao Senado.
Outra irregularidade que está chamando a atenção são os atos secretos, que deveriam ser atos públicos. Tais atos administrativos foram utilizados em sua maioria para a contratação de funcionários, aumentarem salários e dar promoções. E eram concretizados pela Diretoria às escondidas, sem a presidência saber nem tampouco outros senadores.
A crise no Senado favorece a briga pelo poder no próprio Senado, ou melhor, a oposição, em que muitos perderam a Presidência; pois no passado outros escândalos aconteceram. Também a mídia tira proveito pelas notícias e até por beneficiar algum partidário.
Os escândalos não são próprios do Senado. Há escândalos maiores em outros órgãos e que não chegam ao público e quando chegam são abafados e acabam no esquecimento. Os escândalos estão por toda a parte, por todo o país. Muitas prefeituras estão falidas pelo desvio do dinheiro público. E o povão é que sofre pela falta de saúde, segurança etc.
Mas os escândalos não acontecem por acaso. Acontecem por brechas na lei e nos serviços públicos. São superfaturamento de obras, contratos e licitações ilícitos, funcionários fantasmas, salários altos, etc. Ainda há os crimes praticados por funcionários e agentes públicos, como corrupção passiva e recebimento de propina. Os beneficiários se enriquecem da noite para o dia sem serem investigados.
Os escândalos no Senado não são de agora, e o Presidente Jose Sarney não pode ser responsabilizado por tudo, em outras palavras, servir de bode expiatório. Muitos Senadores vêm sendo beneficiado das irregularidades. É preciso por ordem na casa, com mudanças de normas e procedimentos, pois senão os escândalos vão continuar. Mudar a presidência não é a solução. É preciso mudar também as leis federal, estaduais e municipais, diminuir os cargos em comissão, restringir atos administrativos e aumentar a fiscalização.
(publicado no blog: http://alonso.pimentel.zip.net, em (08-08-2009)