21-CRONICANDO: AULA DE DANÇA

Assisti ao filme, se ela dança, eu danço. Aliáis, Assistimos, pois quem assistiu foi minha namorada e eu. Alugamos na locadora aqui perto. Compramos a pipoca, o refri e, após quase duas horas estávamos com uma idéia fixa: vamos aprender a dançar.

De imediato procuramos a lista telefônica. Fizemos os primeiros contatos, foram meia dúzia até conseguirmos uma boa, barata e perto, e o melhor, com direito a uma aula grátis.

Com tudo marcado fomos bailar. Uma senhora escola-academia. Movimentadíssima. Alunos de todas as idades e uma lista de profissionais a nossa disposição. Silenciosamente (e num profundo ato de inconsciência que só Freud poderia descrever) houve um embate: professor ou professora? Mas não vimos por essa óptica, apesar de não proferimos uma palavra sequer a dualidade era a seguinte: homem ou mulher? Para não ser tendencioso a deixei escolher.

Imediatamente surge (surgiu ou brotou mesmo, pois não vi de onde ele saiu) no salão um indivíduo todo arrochado, com sotaque francês, me ignorando completamente e se apossando da minha namorada (ela está aqui ao meu lado quase arrancando o notebook das minha mãos), sob a desculpa de ensinar-lhe uns passos.

Não agüentei ver aquilo. Me levantei de fininho e fui à secretaria solicitar a troca. Só deu tempo de voltar à sala para ser anunciada através de uma caixinha de som a troca. Ambos olharam para mim: “Fui só beber água”, falei mostrando o copo!

Rapaz, imediatamente entra no salão uma morenaça.Uma daquelas que põe no chão as madrinhas de baterias. Baiana, conheci logo pelo jeito manhoso de andar. Daquelas que complica a vida de qualquer homem, mas, para evitar as complicações, nem deu tempo de fazer os passinhos na qual eu a pegava por trás (era só um passinho), minha namorada foi à secretaria e solicitou o cancelamento da nossa possível matrícula. A partir desse dia o nosso sonho de aprender a dança foi adiado (pelo menos até encontramos uma escola com professores(as) bem menos sex.)