ENCONTRO FATAL

José Ribeeiro de Oliveira

Muitos acontecimentos na nossa vida são produtos da nossa iniciativa, ou seja, resultante dos nossos atos. Mas alguns são obras da natureza, ou seja, decorrem das mais diversas circunstâncias da vida, algumas sem previsão e outras sem previsibilidade. Podemos dizer, até por não termos como defini-las melhor, que são obras do acaso, mas que podem interferir na nossa vida de tal maneira que, em certas situações, mudam o nosso rumo, o nosso destino. De qualquer forma, a nossa vida e o nosso destino, sofrem significativas interferências, ora impulsionadas pelo nosso querer, ora derivadas de acontecimentos circunstanciais ou naturais. Essa dinâmica é justamente o ingrediente que torna a vida mais interessante, surpreendente, e até mesmo misteriosa. Hoje, por exemplo, na minha rotina, não era agendável te encontrar. Toda a paisagem do meu percurso já era conhecida, e por isso, o meu olhar não aventurava um diverso gozo. Também seria uma cena comum dispensar a ti um ligeiro olhar, pela elegância dos teus passos, como se pisassem numa passarela; pela ornamentação do teu corpo, emprestado para tornar a avenida mais bela; pelo teu sorriso franco que clareava o dia, moldado pelos lábios mais desenhados que já vi, compondo a mais angelical face que conheci, também moldurada por dourados e reluzentes cabelos despejados fartamente pelos teus ombros. Tudo isso registrei por mero impulso do meu instinto, e nada mais teria acontecido não fosse a coincidência dos nossos olhares. Nenhuma palavra foi dita, nem outro gesto foi preciso para traduzir no meu coração um instantâneo amor. Agora, o contentamento que minha alma sente ressoa também no teu peito, onde pousa o meu corpo, envolvido pelas batidas dos nossos corações.

Professor José Ribeiro de Oliveira
Enviado por Professor José Ribeiro de Oliveira em 28/03/2011
Reeditado em 20/04/2011
Código do texto: T2875889
Classificação de conteúdo: seguro