Quantas vezes a chuva nos pega de surpresa o problema é apenas o celular e documentos dando um jeito nisso pronto a festa está feita eu particularmente sigo feliz radiante em minha caminhada sinto vontade de sorrir, gritar, sei lá, abro a boca rumo ao céu e sinto o sabor da chuva aquele gosto gostoso de sentir, misturado ao cheiro do barro molhado, meu corpo todo encharcado, sinto a sensualidade da chuva tocando em minha pele ela é macia, carinhosa e desliza pelo meu rosto acariciando-o e desce pelo meu corpo me dando um banho delicioso. A chuva me encanta e me alegra a alma. Desço a rua com os calçados nas mãos, lembro a infância e vou chutando às poças dágua fora do asfalto que lá pelos primórdios da minha vida, era chão de barro vermelho, às vezes fecho os olhos e num segundo percorro o mundo entre as águas que vão descendo em enchurradas pelas fendas da terra em direção ao igarapé da minha infãncia, sinto cair sobre mim as águas das cachoeiras... Volto aos açudes da minha terra, Chuvas... Matutinas, vespertinas, noturnas... Amo a chuva. Sinto vontade de correr como criança de braços abertos a girar no tempo em liberdade, despidas das coisas supérfluas dessa vida. E a chuva perdura, chove fora e dentro de mim é festa dentro de mim é cheiro de infância, de comida da mãe, de lençol quentinho limpinho... Que doce carinho. Minha alma abarca o corpo frio e transparente da chuva numa alegria imensurável! Os pingos d’água que tocam meu rosto, parecem mágicos. Ja em casa, em baixo do chuveiro de olhos fechados ouço o chiar da água que desce sobre mim. Lá fora a chuva cai mais devagar, enxugo-me, visto uma roupa quentinha tomo um chá quentinho e vou para minha cama, agora a chuva está mais serena e com o seu carinho molhado, usa o telhado como instrumento musical, e toca uma linda e suave canção de ninar só para eu dormir. Que bela musica dos sonhos! Ela faz o meu corpo relaxar é um doce acalanto numa bela melodia. E entre lençóis quentinhos, no ninho da paz do conforto e aconchego em minha cama, silencio-me, ouvindo essa música dos céus. Assim, adormeço sorrindo, com minha alma sentindo a doce ternura da mais singela melodia de uma chuva, que alguém pode ouvir.
Kainha Brito
Direitos Autorais Preservados