DIA INTERNACIONAL DA MULHER

DIA DE MARIA, MARIA...

Prof. Antônio de Oliveira

antonioliveira2011@live.com

[8.3.2011]

“Não é bom que o homem esteja só.” E então se abre a cortina do paraíso terrestre, palco inicial da história da humanidade a ser contracenada pelo homem e pela mulher. Reformulado há milhões de anos, desde a expulsão do paraíso esse projeto de parceria vinha acontecendo acentuadamente machista, quando se instituiu o Dia Internacional da Mulher. Desde então, em 8 de março, todo ano, volta a pergunta: – O que é ser mulher?

Tantos perfis, tantos modelos de mulher: objeto do desejo, sonho de consumo, produto de degustação; chamariz de apelo à publicidade; acessório na venda de carros; maria-vai-com-as-outras; Amélia subserviente ao marido; Leila Diniz, ousada e irreverente; Zilda Arns, uma vida sacrificada às crianças; Maria da Penha, vítima inconformada com a impunidade; Madre Teresa e Irmã Dulce, evangelicamente despojadas. Ou Dilma Rousseff?... Ou mais você?

Nesta data, invocando a Virgem Maria, convoco todas as Marias. E, mineiramente, plagio Maria, Maria, de Milton Nascimento e Fernando Brant. Sem escrúpulo, pois sem fins lucrativos. Mas com delírios, desejos, deleites de conhecer Maria. Maria em todas as mulheres, esposa, mãe, filha. Maria, um dom, certa magia (bota magia nisso), força criadora que nos desperta, sexo que nada tem de frágil e que, sujeito, gente, nem objeto nem abjeta, merece viver dignamente, amar e ser amada.

Maria é o som, é a cor, é o suor, é a dose mais forte e branda de uma gente que ri em vez de chorar. Pois às vezes não vive; sobrevive. Maria que traz no corpo, que traz na pele, que traz na alma, que traz no coração a marca Maria aguenta o rojão, segura a barra, ajunta as pontas, com força.

Maria, Maria, Maria e Maria, mistura de dor e de alegria. Mas é preciso ter manha, é preciso ter graça. É preciso sonhar. Bendito fruto mulher, arquétipo do feminino, Maria possui a estranha mania de ter fé. Mania de ter fé na vida, pois é preciso ter força, é preciso ter raça, é preciso ter garra. É preciso ter gana de crescer, de se superar, de surpreender, de solidarizar-se. Sempre. Todo dia. O ano inteiro. Caminhando e cantando o refrão:

Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei! / Lá Lá Lá Lerererê Lerererê...

fernanda araujo
Enviado por fernanda araujo em 02/03/2011
Código do texto: T2824807
Classificação de conteúdo: seguro