Perereca
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
 
O termo biodiversidade é neologismo erigido a partir das palavras biologia (bio=vida) e diversidade (variedade). Sendo assim, significa a grande variabilidade de organismos vivos de todas as origens e as complexidades ecológicas nas quais elas sobrevêm.
 
A sociedade científica internacional, os governos e as entidades não-governamentais ambientalistas de há muito alertam sobre a perda da diversidade biológica no Planeta Terra, em particular nas regiões tropicais. Esta degradação biótica planta suas raízes na condição humana hodierna, ultrajada pelo aumento impetuoso da população humana e pela repartição díspar da riqueza, pois o dano em referência abarca aspectos sociais, econômicos, culturais e científicos.
 
A intervenção desvairada do ser humano no seu próprio habitat gera prejuízos irreversíveis, pois inúmeras espécies animais e vegetais encontram-se em extinção, o que ameaça o equilíbrio natural, colocando em risco a própria vida humana.
 
Na luta pela sobrevivência da Terra para o futuro, o valor da vida natural – sob quaisquer formas - coloca-se em destaque. Por exemplo, em 2010 uma expedição de cientistas organizada pelas ONGs Conservation International (CI) e International Union for Conservation of Nature (IUCN) percorreu 21 países, no lapso temporal de cinco meses, em busca de 100 espécies de anfíbios e redescobriu 15 espécies entre sapos, salamandras, perereca e do gênero Caecilia, ao qual pertence a cobra-cega, sendo as derradeiras no Equador e Índia. O reencontro dos anfíbios foi ensejo de júbilo para a comunidade científica, pois os anfíbios são termômetros, por excelência, na avaliação de um ecossistema. Sua presença na floresta indica ar limpo e água potável, entre outros.
 
Considero relevante a consciência de que o mais simples ser vivo contribui para o equilíbrio e sobrevivência da Mãe-Terra, tão sábia e tão generosa. Os seres humanos, de modo geral, ignoram esta realidade, preocupados em alçar o poder para concretizar interesses particulares, à força de qualquer coisa. Cegos à Solidariedade praticam a dependência que escraviza; cegos ao Amor espalham o ódio que ameaça; cegos à Paz, deflagram as guerras que humilham e destroem.
 
A foto da perereca em epígrafe torna-a bela, por tão feia! As cores únicas, em sintonia com as cores da Natureza. Enfim... a pureza do Universo - num único instante - captada pela lente de sensível fotógrafo.

 
Rio de Janeiro, 1º de março de 2011
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Enviado por Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz em 01/03/2011
Reeditado em 24/12/2018
Código do texto: T2822471
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