" A GRAVURA"

" A GRAVURA"

Magrinha,um tanto franzina,cabelos lisos e curtinhos de um claríssimo castanho ,rostinho ovalado adornado por duas carismáticas covinhas...

Este era meu fidedigno retrato, o qual repousava no remanso beatífico da inocência de meus quatro anos...

Nesta época, eu já frequentava as classes pré primárias da Escola Estadual de Primeiro Grau “ Buenos Aires”,onde por anos a fio minha mãe Yvonne resplandeceu como uma de suas mais festejadas mestras.

Em uma certa ocasião, a professora solicitou aos alunos que ao chegarem em casa, procedessem ao recorte de uma gravura, que mais os apetecesse...

Aquela tarefa a mim repercutiu como se fora uma legítima festa de sentidos! Em uma casa rodeada de livros, revistas e jornais, o labor estudantil transmudaria,sem sombra de dúvida em um agradabilíssimo passatempo...

Quando criança adorava folhear as revistas femininas da Abril, e me regozijava com as belas fotos de moças lindas, habilmente maquiadas,trajando notáveis vestidos, calçando sapatos de altíssimos saltos;era a mulher vaidosa já se manifestando na criança menina!

De repente,deparo-me com uma figura... Cristo Redentor de braços abertos,o foco dirigido ao semblante de paz de Nosso Salvador!

À época dos fatos, não havia ainda viajado para o Rio de Janeiro... As imagens que detinha em meu cérebro acerca de Jesus,restringiam-se ao quadro do Sagrado Coração dependurado na parede do quarto de meus pais, e a um enorme crucifixo talhado em bronze, o qual abençoava os moradores,parentes,visitantes da velha casa de meus avós maternos são carlenses...

Lembro-me ,saudosa das missas que assistia na Matriz de Nossa Senhora do Rosário, em minha amada Serra Negra, cidade que tenho como minha desde meus dois anos de vida. À hora da bênção final, ajoelhava-me e pedia a JESUS que me deixasse por lá permanecer por mais alguns dias!

Decorrido algum tempo, certificava-me,que a estada em Serra Negra se prolongaria, e minha face clarinha se ruborizava de contentamento!

De lá para cá minha fé em JESUS só fez aumentar... Credo haurido, não em ladainhas, terços, frequência a templos religiosos, mas frutificado na estrada por vezes áridas de minha existência.

Para mim,JESUS ,constitui-se em minha vida,verdade e salvação... O porto seguro onde minha alma se refugia, cantarola, escreve meus versos,e crê no amor indeclinável,infinito,sublime que une todas as criaturas humanas em um só liame; a solidariedade!

Ivone Maria R. Garcia (Ivoninha)

23/02/2011

Ivone Maria Rocha Garcia
Enviado por Ivone Maria Rocha Garcia em 23/02/2011
Reeditado em 06/01/2017
Código do texto: T2810273
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