CICLO DE VIDA (DA CONCEPÇÃO, TATARAVÓ AO TÚMULO)





 
A nossa vida e passagem pela Terra, na maioria das vezes é linda e maravilhosa. Mas também é um grande mistério. Graças aos avanços da medicina e da tecnologia científica, hoje temos condições de saber milimetricamente o exato momento da concepção, quando ocorre efetivamente o nascimento do ser humano.
O ciclo de vida, porém, por incrível que possa parecer, é tão misterioso quanto o seu final. As variações são individuais para cada um dos mais de seis bilhões de habitantes do Planeta. O desenlace carnal [a morte do corpo físico] é o nosso grande mistério. Noventa e nove inteiros e nove décimos por cento [99,9%] dos homens não sabem o porquê, de que forma, como e quando vai ocorrer. Mas têm certeza absoluta que ocorrerá.
Observem. A complexidade é tanta, que em centenas de milhares de casos ocorrem às concepções, consequentemente os nascimentos de novos seres humanos e as suas mortes quase que instantâneas, ou em seguida. São os abortos naturais ou até mesmo aqueles provocados criminosamente, dos quais nunca temos informações precisas ou quaisquer estatísticas.
Apenas sabemos que isto existe e acontece. Temos, outrossim, informações dos abortos concebidos até por necessidade de salvar outras vidas. São aqueles registrados, com o conhecimento e autorização das autoridades.
Particularmente, pela minha experiência de vida; pelos meus modestíssimos conhecimentos da ciência, mas com a intuição de estudante da filosofia e doutrina espiritual, tenho certeza absoluta de que o corpo físico em determinado momento morre; porém, o espírito ou alma que está atrelado direta e exclusivamente a esse corpo jamais morre. É aqui que observamos o grande mistério da morte. Nosso pesado fardo [corpo] tem que ser sepultado. No túmulo nada mais poderá fazer.
Entretanto, uma vez desencarnado, o seu espírito volta para a pátria astral e seguirá os rumos pelo espaço de acordo com a sua evolução. Sabemos também que o céu ou o inferno são abstratos, mas acontecem exatamente dentro de nós seres humanos, morto ou vivo. Quando morto o espírito não evoluído e que não tem conhecimento do seu estado, permanece ao lado do corpo, sentindo com ele todas as dores da desintegração da carne. Tudo acontece porque aquele que chamamos de perispírito absorve automaticamente os efeitos de cortes, queimaduras e contatos doloridos em geral.
Até uns cento e cinquenta anos atrás o ato sexual que resultava em uma nova vida, não se dava com frequência e nem com preparação. Na grande maioria o casal copulava às escuras, bem vestido e quase que animalescamente. Os homens tinham as mulheres como escravas trabalhadeiras e parideiras. Beijos, abraços, carícias, nem pensar. Salvo em raríssimas exceções. Desta forma, tão brutos quanto os pais, é necessário esclarecer que poucas, mas algumas mulheres gostavam desta situação, a rigor os filhos homens nasciam com os mesmos instintos paternos.
Já no século vinte houve grande avanço quanto ao comportamento da sociedade e então aos poucos as mulheres foram se libertando. Assim é que passaram a exigir também em alguns momentos. Deixavam de ser apenas atendentes e servidoras dos seus maridos. Aliás, as mulheres começaram a escolher os seus maridos. Coisa que em quase noventa por cento não ocorria.
Os pais é quem decidiam com quem suas filhas casariam. Lembro-me bem de alguns processos de separação nos quais trabalhei como auxiliar e escrevente do Fórum Cível da minha cidade, isto há cinqüenta e dois anos atrás, que na maioria deles os homens levavam ampla vantagem. Se a separação fosse pela iniciativa da mulher então nem se fale. Eu que lia e acompanhava de perto ficava indignado e horrorizado com o que faziam com estas desbravadoras dos seus direitos de mulher. Sem contar, infelizmente, os casos de separações que terminavam em trágicos assassinatos. Igualmente em quase cem por cento as mulheres eram as vítimas.
Mas graças a Deus Nosso Pai Criador, de uns cinquenta anos pra cá tudo mudou e a igualdade entre homens e mulheres se consumou. Os seres humanos podem se amar livremente, expondo abertamente todos os seus sentimentos. Há algum tempo o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo é livremente praticado. Isto nos parece também um grande avanço espiritual. Ainda que alguns homo sexuais abusem dessa liberdade, se exibindo em público com gestos e atos totalmente inadequados, causando constrangimento e mal estar a outras pessoas.
Aqui peço desculpas, posto que seja uma ponderação exclusivamente minha. Talvez esteja errado assim falando. Mas é como eu vejo. Nas grandes metrópoles existem esses irmãos maus informados que praticam atos de libidinagem à luz do dia. Se transvertem de forma abusada e assediam pessoas de bens nas vias públicas, ignorando o seu lugar e a sua própria liberdade.
Falando então do nosso CICLO DE VIDA aqui o assunto que vou abordar estou generalizando, pois como disse antes, entendo que a igualdade entre os seres humanos [homens e mulheres] está latente, com todos os seus direitos preservados, inclusive por lei. A primeira fase do homem é escura e anônima. Trata-se do feto depois de concebido.
Quero, antes de tudo informar teórica e juridicamente que em alguns países desenvolvidos, como por exemplo o Japão, já há muitos anos, a data do nascimento de uma pessoa é a mesma da concepção, qual seja: São contadas as vinte e sete semanas [nove meses] antes do parto. Nos casos de nascimentos prematuros eles têm os seus métodos para determinar essa data.
Como durante muitos anos fui escrevente de cartório de registro civil, enquanto no exercício da profissão, fiz vários tipos de papéis. Papel de criança – [assento e certidão de nascimento]; papel de bobo – [registro e certidão de casamento]; papel de morto – [atestado e certidão de óbito]; e ainda, nos cartórios de notas [tabelião] e nos cartórios de registros de imóveis onde também exerci o cargo de escrevente, fiz milhares de papéis de ricos – [As escrituras bem como os seus registros] de terrenos, apartamentos, navios, chácaras, fazendas, etc.
Assim, com algum conhecimento posso informar que em todo o Território Brasileiro a legislação pertinente define como data de nascimento aquela constante do assento de nascimento indicado pelo oficial do cartório de registro civil constante na certidão. Normalmente o assento de nascimento é feito de acordo com o relatório do médico que fez o parto ou da autoridade responsável nos casos especiais.
Digo isso porque existem excepcionalidade. Em casos especiais como por exemplo: um parto ou um óbito feito em um navio de longo curso, o seu comandante é quem é o responsável e decide tudo, em quaisquer circunstâncias. Outro detalhe importante: Nesses casos a cidade, estado ou país do ocorrido [nascimento ou óbito] e competente para a efetivação do ato jurídico, é aquele onde o navio se encontra navegando ou do porto onde esteja atracado. O comandante longo curso, na condição de autoridade máxima do seu navio tem inclusive o poder de decisão para o caso de sepultar um corpo no oceano.
Na segunda fase começa o ciclo das exigências. A partir da décima oitava semana [quatro meses e meio] mais ou menos, já o bebê tem seu corpo e órgãos praticamente todo formado. Começa a sair do anonimato, dando os seus tradicionais pontapés na barriga da mamãe. Daí em diante este pequenino ser começa a se manifestar, sugando da mãe todos os nutrientes de que precisa e pode, muitas vezes nela provocando azias, enjôos, mais fome, cansaço, dores, vontades e até alguns desejos exóticos. Assim seque até o momento do rebento.
Já na terceira fase, o momento do nascimento, chamamos de VIDA REAL, pois doravante o homem passa realmente a viver com tudo o que tem de melhor e de direito. É recebido por todos, seus pais, irmãos, avós, tios, tias, primos e entes queridos em geral, além dos muitos amigos dos pais, com galhardia, festas e presentes. Até atingir a idade escolar, infância, juventude e adolescência o homem vive a vida de rei ou de rainha. Nós pais, avós, bisavós ou tataravôs tratamos esses filhos com o que temos de melhor, principalmente materialmente. Moral e espiritualmente pouco contribuímos para os seus avanços. Infelizmente temos vergonha de instruir nossos filhos. Mesmo assim a vida é bela para o homem nesse CICLO.
Já na quarta fase o homem começa o ciclo em que vira um cavalo, um burro de carga, um trator, um guerreiro. É quando atinge a maioridade [18 anos] e começa seus estudos com afinco, trabalhos muitas vezes pesados; começam as obrigações de sustentar a família; construir nova família, criar projetos de vida; concluir a universidade. Enfim nesta fase, até atingir os seus cinqüenta anos, o homem nada mais é do que um cavalo ou burro de carga.
Chega então à quinta fase, quando o homem já maduro se transforma em um grande Pastor Alemão. Faz tudo sem nunca abandonar a casa. Toma conta de tudo e de todos.
Vamos aqui lembrar que esta sexta fase é a mais divertida do homem. Ele vira um mico. Transforma-se num verdadeiro macaco. Aos sessenta anos, como avós, passam a fazer graça e micagem aos netos; pulam de galho em galho [isto é, mudam-se da casa de um filho para a casa do outro, ou para outros lugares em casas de parentes e amigos], vivem procurando os campos, etc.
A partir dos setenta anos, na sétima fase de vida, o homem já de cabelos grisalhos, muitos já com bisnetos e tataranetos, passam a viver o CICLO DOS ENSINAMENTOS E RECICLAGENS. Uma grande parte desses idosos viram sábios e começam a tentar passar os seus conhecimentos e experiências aos seus filhos, netos, bisnetos e tataranetos, que a rigor nem ouvem e lhes dão atenção. É a fase em que se torna BOBO ou MALA.
A oitava e ultima fase ou CICLO DE VIDA do homem, quando já cansado, em fase de retorno ao mundo dos espíritos, fase da juventude, adolescência e infância invertida, na maioria deles já cansados e enfraquecidos, normalmente o HOMEM ACABA SE TRANSFORMANDO EM UM “FARDO”.
Daí até o túmulo é um pequeno passo. Conheço poucos que conseguiram atingir os noventa ou cem anos, com saúde e lucidez. Lamentavelmente em algumas famílias e na sociedade em geral os idosos ainda são tratados realmente como UM FARDO IMPRESTÁVEL.
Por isso me sinto um homem feliz e útil à sociedade, após completar sessenta e cinco anos.