UMA DOR CRÔNICA

 

 

Vivemos o século das doenças. Nunca houve tantas pessoas enfermas como agora e, se há um elo entre todas ou quase todas as doenças, este elo é a dor.

 

Mas não pense que todas as dores são iguais ou anônimas. Dor que se preze tem nome e classificação, por exemplo, existem as neuropáticas , como o próprio nome diz, está relacionada ao sistema nervoso. Essa dor está diretamente ligada ao cérebro e produz uma hipersensibilidade a tudo. A tudo mesmo, até uma brisa, ou um pingo de chuva é capaz de causar dores intermináveis. Não existe remédio, o segredo é fazer de conta que nada está acontecendo; o negócio é explicar isso para o paciente. “Faça de conta que a sua dor não existe”.

 

Também existem dores pós-operatórias, “são dores de uma dor constante e intermitente que se agrava quando o doente se move, tosse, ri ou respira profundamente” e se agrava mais ainda quando são esquecidas dentro dos pacientes tesouras, gazes, luvas, bandejas, esparadrapos, agulhas, tubos de linhas ...

 

Existem as dores psicossomáticas. São aquelas dores oriundas de perturbações psicológicas. Os portadores dessas dores geralmente não são levados a sério (no SUS? Ai nem se fala), são logo taxados de doidos, malucos ou coisa similar porque geralmente não se consegue identificar as causas.

 

Ainda existem outros tipos de dores como as, Dores de Crescimento ( crescer dói, principalmente quando me lembro da infância, livre de problemas, trabalhos, responsabilidades; pense numa dor que me dá) Síndrome de Hipermobilidade Benigna (não se preocupe, dói, mas é para o seu bem), Dor no colo do dente (é, dente tem colo, raiz, leite, esmalte... Cutícula?).

 

E a dor Crônica? Essa dor persegue os escritores. E se for cronista, ai pronto. Por serem homônimos, as dores crônicas e os cronistas sempre estão lado a lado, em cada “teclada” (mãos), em cada pensamento (cabeça), em cada momento de inspiração (o corpo todo). Cada crônica alimenta a dor crônica. Mas vale a pena, depois é só colocar um gelinho e continuar “crônicando”, esse é o melhor remédio.

 

George Itaporanga
Enviado por George Itaporanga em 29/11/2010
Reeditado em 21/12/2022
Código do texto: T2643220
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