OBESA, ALCÓOLATRA E BUDISTA, AI FOI DEMAIS, PEDRO
Eu tenho um amigo chamado Pedro. Quem não tem um, né? (aliáis, também me chamo Pedro mais não é a meu respeito que irei escrever).
Pois Bem, esse meu amigo estudou comigo na faculdade de administração da UFPB. Cara legal. Mas vira e mexe se metia em uma confusão. Era um daquele sem noção de plantão.
Lá pelo terceiro período tinhamos uma disciplina chamada Saúde do Trabalho. Uma disciplina que nem fedia e nem cheirava (me refiro ao grau de dificuldade da mesma e não a importância) qualquer um passava. Qualquer um menos o Pedro.
No meio do semestre, numa aula debate, Pedro fez um comentário que desagradou a professora. E o seu comentário foi em defesa ao uso de bebidas alcóolicas.
— Professora, mas a bebida é um instrumento que impulsiona a interação entre as pessoas. Conheci a minha namorada numa mesinha de bar.
— Quem é você? perguntou a professora.
— Tá, sou Pedro Martins, estudante de administração.
— Pois bem, eu sou J., professora há mais de trinta anos. Formada em educação física e fisioterapia. Mestre em saúde pública pela USP. Especialista em educação física para terceira idade. Doutora fisiologia por Haward e Pós doutora na França em Saúde desportiva. Quem é mais capaz de afirmar alguma coisa aqui? Eu ou você?
Aquelas palavras percorreram toda a sala. O silêncio reinou, mas de repente surgue o Pedro:
— Sim, mas como a senhora, uma professora de educação física pode ser tão gorda? Você prega algo que não faz! Parece até Buda! Prega o alto controle mas pesa trezentos quilos! Por sua atitude tão radical pareces que frenquentas o AA!
O desfecho dessa estória dá para imaginar. A professora o expulsou da sala aos gritos. Um abriu processo contra o outro e mais nunca ele voltou a assistir uma aula dela. Pedro pediu transferência e nunca mais o vimos.
Mas não é que ele só deu tiro certeiro. Que a professora era gorda todo mundo sabia. Mas só no final do semestre descobrimos que ela era budista e que frequentava o AA. Eitá Pedro danado.