Crime bárbaro em Goiânia
Ontem, 14-05, aconteceu em Goiânia, Goiás, mais precisamente no Tribunal de Justiça de Goiás, o julgamento de Mohammed d’Ali Carvalho dos Santos, acusado de matar e esquartejar uma jovem inglesa de 17 anos amiga de sua família, e de jogar as partes de seu corpo em córregos na grande Goiânia.
A sessão de julgamento teve início às 09 horas e se estendeu até as 23 horas. Havia no fórum cerca de 400 pessoas, entre estudantes de Direito, jornalistas e curiosos, sendo que a maioria não pôde ficar na sala de audiência por não caber.
Foi um crime bárbaro, que chocou Goiânia, o país e repercutiu no mundo principalmente na Inglaterra, Espanha e Portugal. Mohammed além de matar a jovem friamente, cortar seu corpo em pedaços, tirou fotos e as enviou através de seu celular para amigos. Foi tudo premeditado e macabro.
Foram ouvidas muitas testemunhas. Dentre elas, o policial que o prendeu, que disse que Mohammed tentou suborná-lo com 70 mil reais para não ser preso; o porteiro do prédio, que disse ter visto Mohammed passar com várias malas; o seu irmão, que disse que Mohammed o esfaqueou várias vezes, inclusive mostrando as cicatrizes; a sua namorada com que tem um filho de dois meses, e que disse que Mohammed às vezes é agressivo.
O réu em um depoimento de quase duas horas contou ironicamente, às vezes rindo, as atrocidades do crime, que estava drogado, e que não está arrependido. Ainda falou de outras atrocidades que fez ao longo dos seus vinte e poucos anos, como a de matar um gato e aspergir sangue por toda a casa para amedrontar seu irmão. E disse ainda que é usuário de drogas desde pequeno e que gosta de festas raves.
Os advogados de defesa sustentaram a tese, na qual que o réu tem problemas psicológicos, com laudo de um psicólogo. A promotoria negou a tese. O Tribunal do Júri foi unânime em condenar. Por fim o juiz sentenciou o réu a 21 anos de reclusão em regime fechado por homicídio qualificado por motivo fútil e sem chance de defesa para a vítima, ocultação de cadáver e ainda lhe aplicou uma multa.
Conforme o juiz e o promotor, o réu foi beneficiado com as atenuantes de ter confessado o crime e ser menor de 21 anos. Outro juiz em entrevista a um canal de televisão disse que a Justiça agiu corretamente em conformidade com a lei, sem cometer arbitrariedade; e que cabe a Justiça dos homens somente aplicar a lei e a Deus o castigo. O presidente da OAB disse que a Justiça atendeu o clamor da população e apressou o julgamento.
Quanto à tese defendida pelos advogados, que o réu tem problemas mentais, não concordo, pois o mesmo se lembra de tudo e até com certa ironia. Foi uma pena branda pela atrocidade do crime, sendo que poderia pegar uma pena até 33 anos. Mohammed depois de tirar um sexto da pena (cerca de 4 anos) em bom comportamento passará para o regime semiaberto. As pessoas más não são normais, são doidas com certeza, e ainda usam drogas. A verdade é a grande maioria dos criminosos usam drogas.
(publicado no blog: http://alonso.pimentel.zip.net, em (15-05-2009)