ATÉ QUANDO? - Erli Cabral - Professora

Escrito pela amiga Erli Cabral, professora e escritora conceituada, e que ainda assim, ou por isso mesmo, fica cada vez mais indignada e cada vez mais forte para lutar pela Educação em nosso país!

ATÉ QUANDO?

Erli Cabral - Professora

Até quando resistiremos?

...Sozinhos, sem nenhum apoio social, moral, familiar, econômico e institucional?

Até quando teremos que frequentar delegacias para prestar depoimentos, registrar queixas de delitos, preencher Boletins de Ocorrências em virtude dos maus tratos, das agressões físicas, verbais, ameaças e outras violências a que estamos expostos diariamente nas escolas?

Até quando resistiremos ao desconforto de horas e horas sentados na sala de espera de uma delegacia para sermos atendidos enquanto os bons alunos estão em sala de aula a nossa espera ou são dispensados por força da nossa forçada ausência?

Até quando suportaremos o jugo da sociedade, a omissão das autoridades e o descaso das instituições com a nossa condição de educadores?

Até quando verteremos lágrimas de tristeza por cada jovem que trilha pelos caminhos tortuosos da vida ou que tombam sem ela sem que consigamos evitar?

Quantos de nós adoeceremos neste embate entre educação e interesses sociais, econômicos, políticos e institucionais ?

Quantos de nós seremos afastados do trabalho por Síndrome de Burnot? Quantos de nós farão quadros de depressão? Quantos seremos internados em psiquiatrias?

Quantos de nós seremos agredidos, de que maneira? Com que armas?

Poderemos algum dia deixar nossos carros em frente ao colégio sem que sejam danificados por “nossos alunos”?

Poderemos sair às ruas despreocupados ou teremos que nos trancar em nossos lares temendo que as ameaças de intramuros escolares se efetivem fora da escola?

Até quando verteremos lágrimas por uma sociedade falida, por uma juventude perdida, pela falência dos valores e por um país falido, fadado a desgraça posto que a falência da educação leva a falência moral – a pior das falências de um país,

Até quando ainda teremos coragem de dizer com orgulho SOU PROFESSOR?

ATÉ QUANDO?