Estamos a perigo!
Chegamos às portas, ou melhor, aos teclados das urnas que receberão os milhões de votos do povo brasileiro, escolarizado ou não, azul ou vermelho, crente ou ateu, verdadeiro ou mentiroso. Nesta oportunidade, conscientemente ou por oportunismo, entregaremos o Brasil nas mãos de competente administrador, cônscio de seus deveres patrióticos, ou o submeteremos à sanha de corruptos e corruptores, ávidos por vê-lo “depenado” de suas riquezas, em detrimento da população miserável que lhes aplaude os malfeitos, agradecida das poucas migalhas que recebem.
Hoje, não falarei das eleições que se avizinham. Nem do seu resultado. Cumprirei promessa feita aos meus poucos leitores, de comentar sobre o que alardeiam os petistas, o Lulla e a Dillma, em primeiro lugar, sobre o pagamento de nossa dívida externa. Dizem eles, em seus discursos loquazes, que pagaram a dívida brasileira. Que nada mais devem ao FMI e que, agora, o país é credor da instituição que nos oprimia no passado.
Até certo ponto, é verdade a falação deles sobre o assunto. No primeiro caso, confirma-se o pagamento da dívida deixada pelos governos anteriores, dos militares a Fernando Henrique Cardoso, passando por Collor e Sarney. Foram pagos 212 bilhões de reais. Quanto ao crédito junto ao FMI, não passa de poucos milhões de dólares, efetuados por força da obrigação contratual do Brasil com a instituição, por sermos participantes do clube.
Se alguém dispõe de cem reais em um bolso, ao passá-lo para o outro, nada alterou. Continua com a mesma disponibilidade. O pagamento alardeado foi efetuado com recursos de fontes de financiamento, elevando a dívida interna. Seria como o indivíduo que deve ao Bradesco, por exemplo, e toma emprestado ao Banco do Brasil, pensando em quitar a dívida. Em certo momento, não é mais devedor ao Bradesco, todavia, seu compromisso com o banco oficial passou a existir ou aumentar, caso já lhe devesse alguma soma. Foi o que fizeram os petistas. Zeraram, em certo momento, a dívida externa, aumentando o que devem às instituições locais.
Vejamos como se deu a “mágica vermelha”:
A dívida interna do Brasil, ao final de 2002, era de 892 bilhões de reais; em 2009 já totalizava 1 trilhão, setecentos e trinta bilhões. Em 2010, o país se endividará com mais financiamentos internos, aqueles empréstimos tomados no sistema financeiro e de investidores estrangeiros que aqui aportam em busca dos generosos juros que lhes oferecemos. Essa dívida, pois, será acrescida de R$ 359,7 bilhões, dos quais, R$ 97 bilhões apenas para pagamento de juros.
E a “dívida externa”, a que se dizia posta a nocaute, ressurge vertiginosamente; neste ano, chegará a R$ 240 bilhões, superior, portanto, á “herança maldita” deixada “desde o descobrimento do Brasil”, como dizem os petistas e seus seguidores despreparados. E pasmem: a dívida pública brasileira, que engloba a interna e a externa, ao final de 2010 será de um trilhão, oitocentos e noventa bilhões de reais. Assombre-se mais, leitor: o Lulla, com suas mentiras eleitoreiras e demagógicas, foi responsável por um aumento de um trilhão de reais desses quase dois trilhões que o brasileiro pagará aos credores internos e externos.
Para cada cidadão, hoje, cabe cerca de R$ 10.000,00 dessa monumental dívida. Nosso pequeno tupiniquim já nasce devendo uma fortuna. Diferentemente do que diz o Lulla e a Dillma, o povo não está mais rico. Encontra-se endividado até o pescoço. E ficará mais ainda com as obras decorrentes da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016.
A dívida pública brasileira origina-se nas despesas de custeio e de investimento: saúde, educação, segurança e na melhoria e expansão da infraestrutura nacional, como estradas, portos, aeroportos etc. Some-se a estes, os desembolsos com as variadas bolsas eleitoreiras; a Bolsa Família, o PROUNI que faz a festa das faculdades particulares e os milhares de gordos empregos concedidos a sindicalistas.
E nem falei do número excessivo de Ministérios!
Para suprir suas necessidades financeiras, o governo busca auxílio no sistema bancário, tomando empréstimo a juros elevadíssimos. O próximo governo, que espero seja um administrador de reconhecida capacidade e experiência, terá que fazer ingentes esforços para equilibrar as finanças desajustadas pelos vermelhos, hoje no poder.
Preocupam-me os dispêndios financeiros para realização das obras de infraestrutura, dos estádios de futebol, das pistas de atletismos, das obras eleitoreiras do PAC, de realização incipiente. O próximo governo obriga-se a dar continuidade a essas realizações, embora tenham sido iniciadas no governo anterior. O Brasil é nosso. Os projetos de governo devem ser focados para beneficiar o povo, sem a preocupação de elevar o nome deste ou daquele governante.
Há quem diga, orgulhosamente: Temos 280 milhões de dólares depositados no Banco Central. É verdade. Parte dsse dinheiro, porém, não pertence ao Brasil. Deverá ser oportunamente devolvido aos seus legítimos donos, quando estes reivindicarem sua propriedade, ao retirarem os investimentos efetuados para obtenção de gordos juros. E para os que desistirem de investir, motivados por desastrosas políticas econômicas. E por outros motivos que o tempo dirá.