Mulher de bigode?

A Margarida sempre aparecia para visitar meu pai, seu tio e padrinho. Como ele ficava feliz! E era uma rasgação de seda que dava gosto ver!

Um dia, desapareceu a margarida. Quando chegou a notícia de seu falecimento, meu pai queria muito ir ao velório da sobrinha, mas não aparecia nenhum filho para levá-lo e enterro não pode esperar. Na última hora aparece o Inácio, o caçula, que se prontificou imediatamente em correr contra o tempo e tentar encontrar ainda com os parentes e dar a última despedida à Margarida.

Chegando ao local do velório, não havia mais ninguém. Dirigiram-se para o cemitério. No portão, viram alguns conhecidos que já estavam de saída. Andaram rapidamente na direção onde havia algumas pessoas e o coveiro se preparando para descer o caixão à cova. Meu irmão pediu licença às pessoas e solicitou ao coveiro que abrisse a urna, porque meu pai queria despedir-se da sobrinha. As pessoas olharam para meu irmão, mas não contestaram. Pacientemente, a urna foi aberta e meu pai agachou-se e chegou bem perto do corpo ali depositado. Como meu irmão não gostava de olhar defunto, virou-se para outro lado. Ele só escutou meu pai exclamar, no maior espanto: DE BIGODE!

Inácio, mais que depressa, levantou meu pai e os dois saíram rapidamente do local .

fernanda araujo
Enviado por fernanda araujo em 16/09/2006
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