E que desastre!
Não é por intransigência que discordo, com muita frequência, dos discursos improvisados de Lulla. O despreparo do magistrado tupiniquim fere o vernáculo e envergonha a língua nacional. A arrogância com que ocupa a tribuna demonstra atitude prepotente e desprezo aos adversários. O atrevimento e a ousadia irrefletida de Sua Excelência empolgam a plebe petista, reconhecidamente rude, herança de aficionados radicais que acreditam no grito como forma de impressionar e convencer o incauto.
Até que não sou intolerante, quanto pareço. Abro mão das minhas opiniões, desde que os argumentos contrários me convençam de estar equivocado. Sou, sim, austero e rígido quando observo artimanhas desonestas para esconder as virtudes oposicionistas, considerando as dificuldades pretéritas. É o caso de Lulla e de seu malfadado partido, negando a “arrumação da casa” no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Lulla já proferiu muitas besteiras. E outro tanto de mentiras. Em recente visita à África do Sul, por ocasião da Copa do Mundo de Futebol, talvez sob efeito da “mardita pinga”, alertou aos estrangeiros sobre o risco de serem picados por uma sucuri destreinada; disse que os brasileiros não sabem falar inglês, mas são bons na arte de “mimicar”; garantiu que o Brasil é tão bem servido de homens quanto de mulheres e que as pessoas, aqui na terrinha, quando vão ao cinema não mais encontram o carro onde o estacionaram, porque fora roubado.
No seu improviso inconsequente, causou vexame aos brasileiros. Talvez atordoado pelo efeito do álcool, folheou o discurso preparado pelo Ministério do Turismo, que gastou milhões de reais para promover o evento, deixando a papelada à margem da prudência. Provocou gargalhada das autoridades; trocou cargos administrativos das personalidades que o ouviam; enalteceu a beleza do brasileiro, ressalvando que para “cada sapo existe uma sapa”. Possivelmente, via sua imagem refletida em algum espelho. Ao pronunciar o verbo mimicar, perguntou a Marco Aurélio Garcia se o verbo existe. O assessor, do alto de sua sapiência, disse-lhe que não. Mas o verbo consta de renomados dicionários.
É lamentável que o presidente de um país importante como o Brasil cause vexame além de nossas fronteiras. O que relatei até aqui foi presenciado pelos jornalistas Alexandre Sinato, Bruno Freitas e Maurício Stycer, que faziam a cobertura da Copa do Mundo, via Internet, para o portal UOL.
Recentemente, Lulla teve “outro rompante de incontinência verbal”, segundo observou o presidente da Associação Médica Brasileira. Culpou os médicos pelos problemas de saúde no Brasil, dizendo que a classe não se interessa em atender no interior, “pois é muito fácil ser médico na Avenida Paulista”, o local mais caro do país. Talvez seja possível ao seu filho Lulinha montar escritório na famosa artéria urbana; Lulinha tornou-se rico empresário nos primeiros anos do governo paterno; antes, não passara de modesto funcionário do zoológico de São Paulo, onde talvez ocupasse o tempo dando pipoca aos macacos.
Na oportunidade de entrega simbólica de ambulâncias em Tatuí, Lulla alfinetou o Conselho Federal de Medicina por se opor à validação automática de diplomas de médicos formados em Cuba, aquela ilha de propriedade de seus velhos e inseparáveis amigos Fidel e Raul Castro, ditadores sanguinolentos que tanto admira.
O presidente esqueceu de que, formados em Cuba, os médicos poderiam exercer a profissão no Brasil caso fossem avaliados e obtivessem a devida aprovação, difícil de acontecer em face da precariedade de sua formação e aprendizagem.
O ilustre dignitário da Associação Paulista de Medicina, Regional de Limeira, doutor Luiz Ricardo Menezes Bastos, disse uma coisa interessante, ao avaliar os discursos do petista:
“Se o senhor sofresse novo acidente de trabalho e fosse eu o médico que lhe atendesse, cortar-lhe-ia a língua, e não o dedo, em benefício do país, pois, cada vez que o senhor abre a boca não causa um acidente, causa um desastre”.
Alguém tem dúvida quanto a essa afirmação?