APARÊNCIAS

Julgar o outro pela sua aparência ou pelo seu modo de se expressar é um erro crasso e é um sentimento pouco nobre. Quem vê caras não vê corações, já lá diz o ditado, e muitos se surpreenderão com aqueles que negam à partida, quer pela sua face quer pela sua expressão corporal ou expressiva. Todos somos diferentes e todos somos iguais, portanto está fora de questão julgarmos as pessoas pelo que elas são ou deixam de ser. É certo que não podemos agradar a todos, mas isso não nos torna marginais perante a sociedade, antes pessoas interactivas que se comunicam, umas com as outras e compartilham de suas vidas. Há muitos oportunistas, que fingem ser amigos, àqueles que renegam, só para tirar proveito de uma pessoa menos vistosa, em todos os seus aspectos existenciais…

As aparências iludem e quem julga os outros pela sua parecença são pessoas de mau conceito e de personalidade fraca e influenciável.

A aparência é o que salta à vista mas não é o mais importante, nem por um segundo, o importante é o que as pessoas têm dentro delas e transmitem aos demais seres humanos, que, como elas, não podem viver de máscara no rosto. A exterioridade é o aspecto pelo qual julgamos as pessoas ou as coisas, e a probabilidade dessas pessoas se tornarem vaidosas e convencidas é um facto, que diria quase consumado. São indivíduos pressupostos que fazem da aparência o seu modo de vida. A aparência tem tanto de bom como de mau, se fazem mau uso dela, para seu proveito próprio e para se evidenciarem perante os outros, convencidos que estão de sua bela presença física. Quem faz mau uso de sua aparência sofre de agnosia e é presumido. Que ou quem mostra confiança ou orgulho exagerado em si próprio é presunçoso. Também há o outro lado, pessoas que se mostram contentes pelo seu sucesso (sem arrogância) ou pelo sucesso de alguém que lhe é próximo.

É uma faca de dois gumes, e a arrogância e a simplicidade podem andar de mãos dadas, deixando muita gente confusa quanto ao comportamento a ter e a haver. O que não podemos é julgar ninguém pelo seu aspecto exterior, pois isso faz parte de sua faceta, enquanto ser humano sociável, ou não. Como já referi a aparência tem o seu lado bom e o seu lado mau. O lado bom é que a boa parecença pode abrir portas, que, de outra forma, estariam fechadas, como é o exemplo das modelos e das actrizes, o lado mau é que a pessoa pode tornar-se obcecada e insalubre, tornando-se narcisista e fazendo esforços para se incluir no clube dos bem aparentados, recorrendo muitas vezes a operações plásticas que desvirtuam a pessoa por completo, pois deixa de ser autêntica, para ser qualquer coisa sem nome que se lhe diga. Cada um tem a aparência que tem, e assim deve manter-se,

como o modo de se expressar deve ser o mais natural possível. Cada um é como cada qual e não nos devemos imiscuir nisso, de forma alguma. À semelhança de outra coisa qualquer, cada um nasce com o que tem e deve ser feliz por isso, sem se sentir oprimido, quer o “feio” quer o “bonito”, sofrem de pressões extra pessoais. E isso deve ser o bastante a suportar.

Jorge Humberto

31/07/10

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 31/07/2010
Código do texto: T2410078
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