Confissões de um poeta caduco

Não pretendo nesses versos, relatar meus meros momentos de solidão!
Onde o poeta e o papel, têm encontro marcado e só conhecem um intermediário, a caneta. Antes, a pena e o tinteiro, permitia a reflexão mais profunda entre o pensamento e o sentimento.
Não ouso esclarecer o Porquê de escrever, fazendo o sentimento se materializar em forma de palavras indo de encontro ao coração.
Nem me atrevo sequer envaidecer-me pelo dom, que sei bem, é um empréstimo do universo para a sua criação.
Só quero mesmo é ser.
Viver e sonhar!
Acreditar que o mundo um dia há de ser melhor!
E as pessoas aprendam o que é amar e aceitem respeitar umas às outras com as suas diferenças!
Não anseio como poeta, tornar-me dono das suas verdades, nem das suas ousadias e nem das minhas!
Simplesmente admiro o ser humano pelo bem que é capaz de fazer!
Que é a única coisa que o impulsiona para uma melhor vida!
Ou pior se nunca procurar fazer nada de bom a quem quer que seja!
E se os dias pode fazer de mim, um ser em constante transformação, os anos podem eclodir o óvulo da evolução!
Um poeta não envelhece!
Um poeta não morre?!!
Ou ele renasce em cada verso e cresce na amplitude de uma prosa, ou na efêmera magia de um soneto?!
O poeta, não adoece entre as vírgulas, nem nas interrogações da jornada!
Nem assusta com as longas pausas, das faltas de inspiração!
Apenas cochila, enquanto termina a frase com um ponto final.
Um poeta não dorme! Mas fica caduco!!!
Quando o esquecem num canto qualquer!
Quando ninguém o lê e seus poemas perdem a rima, a ginga da declamação!
As páginas ficam calvas, ou até mesmo grisalhas! As letras se desfazem e se calam mostrando a desilusão!
Confesso do fundo de minh’alma, mesmo assim serei poeta!
Caduco sei que vão me chamar!
Afasto do meu peito esse dissabor!
Acusem quem quiser me acusar!
Um poeta só morre mesmo é de amor!

Valleria Gurgel
28/07/2010


Valéria Cristina Gurgel
Enviado por Valéria Cristina Gurgel em 29/07/2010
Código do texto: T2406398
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