E AGORA, DUNGA ?! - CRÔNICA DE UM MATUTO - Matéria do Cantinho do Zé Povo-O Jornal de Hoje-Natal-RN-Ed. 03 de Julho de 2010

E agora, Dunga ?! É a pregunta qui 190 milhão de brasilêro tá fazendo a tu nêsse momento. E dêsses 190 milhão; eu tenho prá mim qui a grande maioria, “véve mais quebrado do qui arroz de tercêra”... Muntos, in pitição de mizéra; “vendendo o armôço, mode comprá a janta”... E êsse povo tôdíin, tava cunfiando no teu trabáio; apostando todas ais ficha na tua cumpetênça... E tu, qui nem aquêles burro mulo duis tropêro qui há aiguns anos atráis, saíro do Chuí e fôro inté o Oiapoque; “cagasse na rabichola”! Matasse, não um vivente; fizesse munto mais pió; tu matasse o sonho e a isperança daqueles qui num tem adonde caí morto; pruquê mêrmo viva; essa gente tôda “tá mais caída do qui chibata de véio”; daquêle qui “num alevanta mais nem falso”... É verdade qui num foi tu qui deu porrada in ninguém, munto menos foi ixpulso de campo; mais foi teus comandado; fora uns dois ô trêis qui dero lágrima, suó e sangue puras cô da nossa seleção. “Tu num afogô o Ganso; tu afogô a Nação intêra”... Mais é isso mêrmo; num adianta chorá; o leite já se derramô; ô pió, foi derramado puraquêles qui dero uma verdadêra “cagada de pato, daquela bem melequenta”, dento de campo. Aiguns farso puritano, diz qui meus texto e minhas poesia são imorá; mais você qué uma imoralidade pió do qui o disimpenho duis seus comandado ? Eu tenho uma camisa da seleção; mais já tá, derna de onte, “amufumbada” no guarda rôpa, cum véigonha daquêles qui fôro representá nosso país. Todo sábo, nêsse mêrmo ispaço; eu faço meus leitô surrí cum meus texto; preséivando nossas raíz curturá e ao mêrmo tempo; percurando passá uma mensagem de amô, fraternidade; e pru riba de tudo; de calô humano. Hoje tá impossíve d’eu fazê isso; graças a você e sua turma; cum raras e honrosas ixceção; cuma é o causo de Lúcio, Danié Áives, Juan e Elano, qui pôco pôde fazê, pois “se reiô” na sigunda partida. Êsses aí, aqui aculá, inda fizero nóis sintí órgúio de sê brasilêro. Júlio Césa, coitado; fêiz iguá à maioria duis gerente de banco e duis canindato adispôi qui se eleje; quando o cabra mais precisa, “uis fela da gaita bate fôfo”... Uis dirigente da CBF já pássaro da hora de fazê uma seleção cum uis jogadô qui atua no campeonato brasilêro. Taí uma ruma de minino “ingulindo a bola e chamando ela de meu amô”... Uis qui atua no ixteriô, a CBF sabe perfeitamente qui o cumpromisso qui êles tem, é cum uis euro, dóla (num é cigarro de maconha não...), reá, iene, libra ô “o carái de asa qui seja”. Qui êles ganhe ô qui pêica, o dêles já tá guardado; e de preferênça, num paraíso fiscá. Uis povo brasilêro qui “tome adonde ais pata toma”... Aquela sua cunversa de “cumprumetimento cum a seleção brasilêra”, é a mêrma coisa da gente querê qui uis minino de hoje acredite in Papai Noé e tenha mêdo de Papa Figo e do mundo se acabá... Eu sei munto bem, qui uma “iscrivinhação” dessa qui eu tô fazendo; é qui nem peito de hôme; num tem séivintia ninhuma; séive sòmente só, mode eu ixterná a minha insastisfação, qui acredito qui seja tombém de mais um bucado de gente, puro véigonhôso disimpenho de vocêis. Viva o Brazí de Pelé,/ viva o Brazí de Vavá./ Viva o Brazí de Garrincha,/ de Didi e de Gilmar./ Viva o Brazí de Zagalo,/ qui num perdia o imbalo,/ cum Rivelino e Tostão;/ viva o Brazí Brasilêro,/ sem jogadô “instrangêro”,/ viva o Brazí Campeão... Purêsse Brazí de agora,/ num vale a pena gritá./ Uis jogadô do “instrangêro”,/ qui fique tudíin pru lá./ A seleção iscalada,/ na Copa, num jogô nada,/ se perdeu no disispêro;/dexô a Nação tristonha,/ se transfôimô na véigonha,/ do trocedô brasilêro... Tumara, Dunga; qui se tome logo uma providença e qui o cabra qui vai assumi o seu lugá, num repita cum o Brazí da Copa de 2014; o fiasco do Brazí da Copa de 2010.