JÁ SE FOI O TEMPO QUE NÃO VOLTA MAIS...

Quando fazia
O segundo grau era assim:
Se nós quiséssemos saber dos programas,
Das novidades e de tudo que estava acontecendo:
Dos encontros, festas , viagens e grandes acontecimentos,
Teríamos que encontrar o pessoal no pátio, nos corredores,
Na hora do recreio, rodávamos o colégio todo por informações;
Com quem estava a tabela dos programas de tardes dançantes,
Encontros nas academias de esportes e assim por diante...
Não havia celular e nem internet, e a sala de computadores
Ainda era a sala das máquinas de escrever.
Isso tem 20 anos.
O resultado é que nos encontrávamos mais.
O ponto de partida era estarmos com ás pessoas...
O celular foi inventado, a internet e com ela uma série de ferramentas
Para aproximar ás pessoas... Aproximar?
E com isso, as pessoas acostumaram a viver nos seus mine-escritórios
Individuais, com telefone, caixa de correio e música ambiente, o mp3 no ouvido.
Não há mais encontros, pois as informações provavelmente hão de chegar.
Sabemos da vida dos nossos amigos sem estar com eles.

Quando temos um amigo (a) que ia para o exterior, lá pelos os anos 90, nos
Correspondíamos por carta... Mandávamos as novidades á mão... E eles recebiam
e mandavam respostas também á mão - as novidades...
Esperar pela carta era uma expectativa prazerosa, com as características de
Cada letra deitava o sentimento e se imaginava cada viagem que nossas cartas faziam
Para levar um pouco de um amigo para o outro.

Hoje, se uma amiga que mora a minutos de nossa casa dá á luz um filho, recebemos a foto
Da criança por e-mail, mandamos os SMS com "parabéns" e logo esperamos o aniversário de um ano
Para recebermos o convite virtual para a festa;
Se não pudermos ir, basta enviarmos um presente pela internet.

Incrível o que tenham inventado para encurtar distâncias tenha criado abismos.
Perdoem-me meus leitores pelo meu saudosismo.
Claro que toda essa modernidade trouxe milhões de benefícios... Esse sei quais são.
Mas não deixo de sentir saudades da época que a vida tinha outra visão, pelo menos para mim.
Tinha outra velocidade, onde as respostas podiam demorar, mas vinham.
Quando o destino agia mais sobre os encontros e desencontros.
Dava tempo para pensar com quem queríamos nos corresponder.
A impressão que dá que estaríamos desistindo da vida em sociedade.
Mas aí você deve estar pensando: "Nem você, que está aí reclamando disso tudo,
Teria força de vontade de abdicar dessas ferramentas do demônio?"

Acho que não... Enquanto escrevia essa crônica, chegaram cinco e-mails (que respondi),
Consultei o twitter duas vezes, atendi meu marido no rádio, uma amiga
De trabalho no celular e mandei SMS para dois amigos em 30 minutos, sei que a fila anda e o trem passa apitando.
Não tem jeito não e a vida continua...

Vera Fracaroli

Vera Fracaroli
Enviado por Vera Fracaroli em 30/06/2010
Reeditado em 17/09/2010
Código do texto: T2350231
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