O oprimido ama o opressor.

Pune minhas mãos como se eu não pudesse sentir dor, e me faz sentir culpado como se fosse eu o espancador. Eu te peço, ainda peço, não contabilize meus pecados, se nos meus erros sempre fui o enganado, se tua maldade goza do meu choro.

Sinto a pele eriçar, você sabe como me sinto, arde. Você sabe como eu me sinto, eu sei que sabe. Sabe tanto que sente pena e aversão, pois sou o seu homem-cão. E sempre que sente pena se desconcentra, me faz um afago a mais, um prato de comida a mais…E fica boazinha, uma menina, que nunca viu maldade nos olhos de um cão. Amo esses momentos em que você percebe que me ama e precisa de mim também, olho nos seus olhos agora sem rigor.

E o oprimido, enfim, ama o opressor.