A SURRA

Sempre fui da paz... sou da geração Woodstock... “Make Love Not War” e palavras de ordem do gênero.

Mas a agressão desta vez foi demais, e ainda por cima praticada por uma pessoa do sexo feminino. Ela parecia franzina, mas tinha uma força descomunal... Como reagir?

Na hora me arrependi de não ter feito umas aulas de krav maga, karatê, jiu jitsu ou até defesa pessoal que nessa hora seria muito útil.

Primeiro foi um murro no olho esquerdo, que me deixou vendo estrelas, tentei cobrir o rosto com as duas mãos e levei um chute no plexo solar, desses de se perder a respiração.

Biblicamente ofereci então o outro lado da face e levei uma cotovelada na boca, que começou a sangrar.

A solução seria ficar de costas e aí levei uma gravata imobilizadora e uma joelhada na altura dos rins.

Meio trôpego consegui me levantar e quase rastejando cheguei até o banheiro, tentava estancar o sangue da boca e aplicar uma compressa no olho esquerdo que já estava bastante inchado, enquanto tentava recuperar o fôlego...

...foi quando minha agressora chegou. A ninja não vestia um daqueles uniformes negros, como se vê em filmes, mas sim um pijaminha de flanela cor de rosa com florzinhas.

Senti seu abraço em minha perna e me fitando com dois lindos olhos azuis disse:

Adoro dormir com você, vô Wil.

Wilson Pereira
Enviado por Wilson Pereira em 15/06/2010
Reeditado em 28/10/2010
Código do texto: T2320702