Falsa imagem

Para mim está claro. Claríssimo. Lulla realmente não é, por seus próprios méritos, como veremos ao longo desta narrativa, quem Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, qualificou, em momento de descontração entre seus pares, de “O cara”. Lulla também não merece as honrarias que lhe foram atribuídas em certos países, alguns deles por interesses comerciais escusos, por mero desconhecimento, ou, ainda, levados por informações dirigidas pela esquerda tupiniquim.

A tirada prosaica de Obama foi acompanhada por instituições jornalísticas internacionais: na Espanha, o jornal El País elegeu o cara “O homem do ano”; na França de Sarkosy, que almeja vender ao Brasil, por um bilhão de dólares, aviões de caça de superada tecnologia, foi escolhido “O personagem de 2009”; Na Inglaterra, o principal jornal do país o identificou como um dos líderes que moldaram a década; no Irã do ditador Ahmadinejad elle desfruta da simpatia dos Aiatolás; e a rede de televisão Al Jazeera disse ter Lulla resolvido os problemas das favelas brasileiras.

Quanta asneira!

Quanta inverdade!

No caso de Obama, podemos perceber o significado jocoso da expressão. Lá, como aqui, a palavra “o cara” significa uma pessoa qualquer, simples, anônima, sem méritos que a distinga das demais. Às vezes, lá e cá, essas quatro letrinhas constituem termo mais eloquente, dando alguma expressividade a quem nos referimos. Não foi o propósito de Obama elevar Lulla às alturas. O magistrado americano, possivelmente, deixou nas entrelinhas o que pretendeu atribuir ao presidente brasileiro. Talvez tenha tido a intenção de dizer que o danado é, sim, o cara em quem não se pode ou não se deve confiar. Elle já se metamorfoseou bastante, deixando de lado as pregações do passado, chegando ao máximo de sua transformação aliando-se a Sarney, Jáder Barbalho, Collor e a tantos outros políticos de vergonhosa reputação.

O leitor poderia perguntar por que afirmo não ser Lulla exatamente o que dizem dele, elogiosamente. Muito simples: O presidente foi elevado em suas qualidades por força dos milhões de reais que nós, contribuintes de pesados impostos, pagamos para que o senhor Franklin Martins, secretário de Comunicação da Presidência da República, contrate a mídia nacional e estrangeira para inflar os feitos lulistas.

A SECOM contratou uma das maiores empresas de comunicação do país, a CDN (não confundir com CBN), para cuidar da imagem do Brasil no exterior. Associada à Fleishman-Hillard, gigante internacional que milita na área de relações públicas, atuando em oitenta países, a empresa contratou jornalistas com salários de vinte mil reais por mês.

Fluentes em inglês, francês e espanhol, esses profissionais colocaram o nome Lulla em evidência na mídia global, valorizando sua atuação, pelo menos até Sua Excelência repudiar apoio aos dissidentes da ditadura do seu amigo Fidel, de Cuba, negando o passado pelo qual foi eleito presidente do Brasil, e, ainda, cometer a insana defesa do amigo e ditador iraniano na fabricação da bomba atômica, com a qual pretende riscar Israel do mapa.

Tal providência aumentou a veneração que Lulla tem pela própria imagem. Daí, quem se dispuser a vir ao Brasil para uma reportagem e entrevista exclusiva com elle, a fim de elevar o seu prestígio internacional, terá as despesas pagas pelo contribuinte brasileiro, que arcará este ano com R$ 15 milhões de reais para fazer face aos elevados custos de tornar Lulla uma figura internacional. Internamente, elle já dispõe do Programa Bolsa Família, do PAC, de políticos corruptos a beijar-lhe as mãos, uma delas deformada pela imprudência quando operário, e da mídia local que resolveu vestir a camisa de sua popularidade. E beneficiar-se das fartas verbas publicitárias.

Leitor amigo, você entendeu por que insisto em afirmar não ser Luiz Inácio exatamente o que dizem dele, que seu valor é fabricado e exaltado pela mídia afortunada que suga o nosso “pobre dinheirinho” para fazê-lo sentir-se rei? Ou Deus, como já cogita esse amigo dos déspotas cubanos e venezuelano?

Agora você sabe.

Encerro esta crônica – extensa por necessidade de esclarecer novos fatos ao eleitor – vislumbrando a passagem bíblica descrita no livro de Daniel, capítulo 2, que menciona uma estátua de corpo de metal e pés de barro. O peso do ouro, da prata e do ferro não foi suportado pela frágil argila e desmoronou. Assim será a divulgação imerecida e irrealista de falsos ídolos, como Lulla: desabará facilmente.

A mentira não se sustenta.

Assim como o barro, ruirá.

E grande será a sua queda.