Machado e Raul
Eu prefiro aquela "velha metarmofose ambulante", coisas do Rauzito!
Hoje pela manhã enquanto dirigia-me para o trabalho, confortavelmente sentada em um dos bancos do coletivo, lia um conto de Machado de Assis, nossa que grande sacada, pensei!
Agora estou ouvindo Raul Seixas, e não é que me toquei que esses dois caras tinham algo em comum?
Ambos visualizavam muito mais do que o real simbólico, Machado nos fala de duas almas, uma externa e outra interna, enfatiza que muitos seres passam a vida toda dominados pela alma externa, e quando se perdem da mesma, simplesmente não sabem viver, surgem as neuras!
Raul desacreditava nesta máxima de certezas e coerências, e se formos parar para analisar, tudo fruto do exterior.
E não é que a grande massa que por aí circula, vive exclusivamente da alma externa e parecem estar imbuídos de certezas absolutas, todos !
Massas corpóreas dotadas de almas externas!
Quando perdem o foco da externalidade, ficam sem chão, sem rumo, surgem as bipolaridades, as sindromes disso ou daquilo!
Todos uns coitados dignos de piedade, pois assim como o personagem Machadiano, mal podem olhar-se no espelho sem que o pânico lhes inunde a alma interior!