Machado e Raul

Eu prefiro aquela "velha metarmofose ambulante", coisas do Rauzito!

Hoje pela manhã enquanto dirigia-me para o trabalho, confortavelmente sentada em um dos bancos do coletivo, lia um conto de Machado de Assis, nossa que grande sacada, pensei!

Agora estou ouvindo Raul Seixas, e não é que me toquei que esses dois caras tinham algo em comum?

Ambos visualizavam muito mais do que o real simbólico, Machado nos fala de duas almas, uma externa e outra interna, enfatiza que muitos seres passam a vida toda dominados pela alma externa, e quando se perdem da mesma, simplesmente não sabem viver, surgem as neuras!

Raul desacreditava nesta máxima de certezas e coerências, e se formos parar para analisar, tudo fruto do exterior.

E não é que a grande massa que por aí circula, vive exclusivamente da alma externa e parecem estar imbuídos de certezas absolutas, todos !

Massas corpóreas dotadas de almas externas!

Quando perdem o foco da externalidade, ficam sem chão, sem rumo, surgem as bipolaridades, as sindromes disso ou daquilo!

Todos uns coitados dignos de piedade, pois assim como o personagem Machadiano, mal podem olhar-se no espelho sem que o pânico lhes inunde a alma interior!

Julia Lopes Ramos
Enviado por Julia Lopes Ramos em 14/05/2010
Código do texto: T2257700
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