Mudança dos ventos
Quando estamos sozinhos em um ambiente bem quieto é que paramos para pensar em mudanças. No meu caso, não nas mudanças que estão por vir, que eu planejo, mas nas que já aconteceram. O fato é que quem me conheceu há alguns anos (e mesmo meses) atrás, não me reconheceria hoje. Se antes eu era realmente estressada e ficava nervosa com qualquer coisa, hoje em dia evito discussões de qualquer tipo. Prefiro conversar, resolver com calma do que dar chilique e motivos para minha gastrite atacar.
Sinceramente, hoje posso dizer que minha paciência é um poço - e um poço bem fundo - e que, para encher esse poço, precisa muito, muito esforço. Evito sair do sério, evito me incomodar com coisas pequenas, evito mal humor, raiva, ódio. Evito sentimentos que desgastam, dão rugas e fazem aparecer cabelo branco mais cedo. Eu aproveito a vida da melhor forma possível e fico feliz com o mínimo! Muita gente nem entende o sorriso estampado no meu rosto.
Para eu ficar feliz basta pouco. Uma xícara de cappuccino quente, um pedaço de chocolate, um programa bacana na televisão, um livro, uma frase marcante que li em algum lugar, uma mensagem inesperada, um sorriso de um estranho, conversar com alguém, um abraço apertado, ouvir palavras doces, uma brisa, um céu de azul limpinho, uma fotografia boa, idéias, um texto, um passeio, um copo de groselha, água gelada, uma folha em branco. Ultimamente tudo me deixa feliz e eu sorrio por qualquer coisa. Existe algo melhor que isso?
Não gosto de ficar reclamando, chorando as mágoas, xingando as outras pessoas, falando mal de quem eu não conheço. De que adianta eu me estressar se eu fui mal atendida em um restaurante ou numa loja? De que adianta ficar nervosa porque alguém falou alguma coisa de mim? Ou se alguém gritou comigo? Passa por cima!
E é inevitável pensar em você quando escrevo isso. É inevitável você me vir à cabeça quando vejo o quanto eu mudei - e para melhor! Eu devo a maior parte dessa mudança à você, sabia? Você me ensinou tanta coisa em tão pouco tempo e aposto que não faz idéia disso. Quando você senta e me aconselha olhando fundo nos meus olhos, você me ensina. Quando você grita, irritado com algo que eu fiz, você me ensina. Até nos momentos ruins em que você perde completamente a paciência e me xinga, você me ensina. E nos momentos bons em que me elogia, você me motiva. E por sua culpa eu sou, hoje, uma pessoa melhor e, finalmente, me orgulho de ser como sou. Graças à você.