A morte do pedreiro Ademar
No domingo passado, 18-04-2009, por volta das 13 horas policiais civis plantonistas da Delegacia de Repressão a Narcóticos (Denarc) de Goiânia, encontraram em uma cela, o preso Ademar Jesus da Silva, acusado de violentar sexualmente e assassinar 06 jovens em Luziânia, Goiás, morto, pendurado em uma forca feita com tiras de pano do colchão que usava para dormir.
A delegada titular da Denarc, disse que a morte do preso em questão pegou todo mundo de surpresa; que o mesmo estava sozinho em uma cela, que a sua remoção para a Denarc foi por medida de segurança, pois em Luziânia estava sendo ameaçado de linchamento. A delegada disse ainda que a Corregedoria da Polícia Civil vai abrir sindicância para investigar as circunstâncias da morte do preso.
O Ministério Público também vai investigar a morte do preso ocorrida na delegacia, por ser um órgão fiscalizador da Polícia Civil.
Conforme mostrado pelas reportagens não houve arrombamento da cela. A hipótese de assassinato com a conivência de policiais civis é impossível. Mas só os laudos periciais realizados pelo Instituto Médico Legal da Polícia Técnico-Científica podem comprovar o suicídio, e devem ficar prontos num período de até 30 dias.
Mas se for comprovado suicídio, os policiais de plantão não podem ser responsabilizados pelo crime, porque estavam em número insuficiente, dois, para vigiarem uma dezena de presos. Não houve agressão nem barulho. O preso estava premeditado a se suicidar. E quem imaginaria que o preso iria usar o pano do próprio colchão para fazer a corda, e ainda poderia usar o pano de suas vestes.
Os delegados de polícia também não têm culpa, pela não remoção do preso para a Casa de Prisão Provisória, pois o mesmo ainda seria ouvido para a revelação de alguns detalhes, como se não havia um coadjuvante. O inquérito será encaminhado à Justiça para ser arquivado devido a morte do réu. Ainda bem que o preso já havia confessado os crimes bárbaros que cometera e que comovera o país.
O culpado pela morte do preso é o próprio Estado, que é o responsável pela custodia de todo detento e que não tem um sistema penal e carcerário eficiente, pois não oferece condições de trabalho e não investe em tecnologias, como a que impede o funcionamento de celulares e entrada de armas e drogas. Falta construir em Goiás um presídio de segurança máxima, para a colocação de presos ameaçados, ex-policiais e de alta periculosidade.