Reedição profética

Hoje, volto a escrever sobre o Lulla. Confesso que não sinto prazer em discorrer o mínimo a respeito dessa figura repugnante, traidora dos próprios princípios, que renegou amigos contrários à sua nova postura, aliou-se aos inimigos de moral duvidosa e bandeou-se mundo afora e Brasil adentro em busca de honrarias imerecidas e de aspirações impossíveis. Escrevo sobre esse cidadão, para esclarecer ao povo brasileiro quem ele era e quem atualmente elle é.

O Lula que conheci tinha o nome grafado com um único “ele”; agora, escreve-se pejorativamente com dois, para assemelhá-lo a outro personagem político de vergonhosa memória.

No passado, ele agitava a política sindical como representante da classe operária, dizia-se defensor da ética na política, apresentava-se como pessoa humilde, esforçava-se para parecer honesto... Hoje, o vejo diferente, arrogante, cercado de nulidades, conivente com as falcatruas de seus aliados, apreciador de práticas alopradas, esquecido de que a improbidade tem manchado a cor carmesim de seu partido político e de seu (des)governo.

Lulla e seu partido político infiltraram a máquina administrativa do país com militantes do outrora ético PT; pressionaram seus aliados e filiados partidários a extorquirem empresários do jogo, em busca de dinheiro para a campanha presidencial de 2002; investiram contra a imprensa e a cultura a fim de controlá-las, submetendo-as aos seus vis interesses; permitiram que petistas aceitassem propinas para que as madeireiras devastassem a floresta amazônica... Enfim, praticaram atos infames, contrários a honra, a moral e aos interesses nacionais.

Não sei a razão de os brasileiros pesquisados atribuírem notas excelentes a um governante e a um governo de poucos méritos. Lulla, que sempre negou conhecer os desmandos de “sua gente”, há poucos dias confessou, em Juízo, ter sabido, tempestivamente, de todas as imoralidades praticadas por seu partido, o PT, nas pessoas de seus filiados aloprados.

Isso não conta? Admitir, hoje, o que negara veementemente anos a fio não caracteriza ato de improbidade; não evidencia um caráter questionável; não sugere aceitação ao ilícito; não corrobora o que disse um ex-aliado seu, professor Hélio Bicudo, de que “Lulla é mestre em esconder a sujeira embaixo do tapete” (revista Veja de 17.08.2005); não confirma o que disse, também, Duda Mendonça, de que a campanha presidencial de 2002 foi paga com dinheiro sujo? E os dólares enviados por Cuba para custear despesas da referida campanha não é ilegal e imoral? A violação do segredo bancário de humilde caseiro, em Brasília, e de seu genitor, não depõe contra elle e o bando dos 40 aliados seus, denunciados pelo Procurador Geral da República?

O homem, hoje, imagina-se um rei, quando não um deus. Para explicar, justificar ou ilustrar a metamorfose que acometeu Sua Excelência nesses oito últimos anos, transcrevo dizeres do general Olympio Mourão Filho, no início de 1970. Disse o honrado militar, homem de estirpe, em seu livro “Verdade de um Revolucionário”:

“Ponha-se na presidência (da República) qualquer medíocre, louco ou semi-analfabeto, e vinte e quatro horas depois a horda de aduladores estará à sua volta, brandindo o elogio como arma, convencendo-o de que é um gênio político e um grande homem, e de que tudo o que fez está certo. Em pouco tempo transforma-se um ignorante em um sábio, um louco em um gênio equilibrado, um primário em um estadista. E um homem de um poder politicamente sem limites, embriagado pela bajulação, transforma-se num monstro perigoso”.

Em 19 de junho de 2007, escrevi uma crônica sob o título “A profecia”. Naquela ocasião, comentei sobre o que escrevera o General Olympio Mourão Filho. Agora, passados quase três anos, volto ao assunto por acreditar que o ilustre general predisse uma verdade que hoje nos constrange, ou seja, vermos a amada pátria nas mãos de um medíocre que, bajulado por aproveitadores, convenceu-se de ser um gênio político, um estadista que tudo que faz está certo.

O general Mourão Filho não conheceu o Lulla. Possivelmente, o viu como agitador em greves tumultuadas e agressivas, expondo a indústria nacional a prejuízos para satisfazer-lhe a ambição.

Nós o conhecemos. Por conhecê-lo tão bem, tememos pelo destino do Brasil, se continuar a ser administrado por aloprados guerrilheiros, com as bênçãos desse pseudo estadista.

Você, caro leitor, não está preocupado?

Acautele-se!

Outubro vem aí. Nas próximas eleições, valorize seu voto. Não permita que a sujeira petista continue a manchar as cores verde e amarela de nosso rico pendão, como o fez com o vermelho de seu estandarte, atualmente desbotado, pálido e somente destacado nas costumeiras invasões patrocinadas pelo MST.

Seja prudente!

A profecia do general Mourão Filho já se cumpriu.